A cirurgia de redução do estômago, procedimento adotado em casos de obesidade mórbida, não resolve sozinha o problema de excesso de peso. Se não houver uma mudança rigorosa nos hábitos alimentares, a operação pode pouco valer, de acordo com estudo de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O grupo coordenado pela nutricionista Maria Rita Marques de Oliveira analisou o padrão de consumo de alimentos relatado por 141 mulheres que haviam passado por uma cirurgia de redução do estômago entre dois anos e sete anos antes da pesquisa. Dos 141 casos estudados, 119 foram considerados bem-sucedidos, com perda de mais da metade do peso excedente. Essas mulheres ingeriam cerca de 20% menos energia do que o organismo normalmente necessita. As outras 22 mulheres, cuja operação não produziu resultados tão animadores, consumiam apenas 10% menos calorias do que
o necessário. Outra diferença importante: a dieta das que emagreceram menos continha mais gorduras e menos nutrientes essenciais (folato, vitaminas C e E) do que a das que perderam mais peso (Nutrition Research, maio de 2012).
Segundo o estudo, a carência de nutrientes observada nas pessoas submetidas à cirurgia parece depender tanto da qualidade dos alimentos como da redução do trato digestivo, uma vez que as mulheres que emagreceram mais ingeriam um nível mais adequado de nutrientes.
Fonte: Revista Fapesp - Edição 196 - 2012
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