Colaboradores

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

domingo, 26 de agosto de 2012

Programa paulista reduz impacto de exame em crianças

Mariana do Espírito Santo, 7, em tomógrafo no Instituto da Criança, em SP, com a mãe
 
Novo método adotado no Instituto da Criança do HC permite retirar menos sangue nos testes laboratoriais
Uso de tomógrafo que emite 70% menos radiação também faz parte do projeto, que servirá de modelo
 
CLÁUDIA COLLUCCI - SP

Menos exames, menos radiação, menos sangue coletado. Esse é o mote de um programa de humanização e segurança criado no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, que deve servir de modelo para outros hospitais infantis do SUS.

O projeto envolveu a adoção de um novo método de análise laboratorial, que diminuiu em até 75% o volume de sangue coletado nas crianças, e a compra de um tomógrafo que faz exame com 70% menos radiação.
Em alguns hospitais privados, como o Sabará (SP), essas tecnologias já existem.
O caso da pequena Alícia, de três meses, é um exemplo real do impacto da mudança. A menina nasceu com uma malformação no intestino e já precisou se submeter a nove coletas de sangue.
Se fosse pelo método convencional, teriam sido retirados 10,8 ml de sangue da garota. Com o micrométodo, que usa tubos com a metade do tamanho dos tradicionais, foram necessários 5,6 ml, uma redução de 48%.
Segundo Marcília Sierro Grassi, neonatologista da UTI do instituto, a mudança de método teve um impacto também no número de transfusões de sangue. "A Alícia só teve de fazer uma. Se fosse pelo método convencional, já teria precisado de mais."
Em crianças prematuras, as coletas de sangue para exames são as principais causas das transfusões. Um bebê de 1 kg tem 100 ml de sangue circulando no corpo, o que equivale a uma xícara.
"Em cada coleta, a gente tira 10% [desse volume]. Tem criança que precisa de duas, três coletas por dia", diz Magda Carneiro-Sampaio, professora titular do instituto e coordenadora do projeto.
O Instituto da Criança realiza cerca de 18,5 mil coletas de sangue por mês. Em 84% delas, será possível usar o micrométodo. O restante, exames mais complexos, demanda o método convencional.
TOMOGRAFIAS
Em relação às tomografias, além da compra do novo aparelho que emite menos radiação, o programa vai também motivar médicos a pedir o exame só em situações realmente necessárias.
Nos últimos anos, vários estudos vêm demonstrando uma relação direta da radiação de exames (raios-X e tomografias) ao aumento do risco de câncer, especialmente quando se trata de crianças.
Isso desencadeou um movimento mundial que defende a limitação de exames radiológicos na infância e a fabricação de equipamentos que minimizem a exposição à radiação ionizante.
"Tem muito diagnóstico que pode ser feito com ultrassom [que não emite a radiação]. Outros nem precisam de exames de imagem. Basta uma anamnese e um bom exame clínico", diz Magda.
É essa a mensagem que o programa também pretende propagar entre os residentes que atuam no instituto e no complexo HC.
"Os médicos deixaram de examinar, a população de deixou de acreditar nos médicos, e o exame tomou conta da clínica. Isso é uma inversão. A gente quer que o médico pare e pense: 'Será que um raio-X vai informar mais do que o meu estetoscópio está me dizendo?"
O cirurgião pediátrico Uenis Tannuri, professor da USP, vai ainda mais longe. "Eu brigo com os meus residentes. Ando com a pesquisa que relaciona radiação com câncer e fico mostrando para eles. Não deixo que peçam exames desnecessários. Esse pecado eu não vou levar para o túmulo."
Testes em miniatura
0,50 ml de sangue  é coletado para realizar um hemograma usando os instrumentos convencionais . 0,25 ml de sangue é coletado para o mesmo exame com o método especial para crianças
A REDUÇÃO É DE  50%  no volume coletado
100 ml  de sangue  é o total circulante em um bebê prematuro com 1 kg. 2,8 ml  de sangue  são coletados para a realização de um exame que avalia a coagulação. 0,8 ml de sangue  é retirado usando o micrométodo, que usa tubos e uma máquina especial
A REDUÇÃO É DE  71,4% no volume coletado
84%  dos 18,5 mil testes de sangue  feitos por mês no Instituto da Criança poderão usar o método.
Fonte: Folha de São Paulo – sábado, 25 de agosto de 2012
Imagem: Karime Xavier/Folhapress

sábado, 18 de agosto de 2012

Uma fábrica de medicamentos

                                            Estruturas das flores da Cannabis que produzem os canabinoides

Pesquisadores da Universidade de Saskatchewan, Canadá, identificaram um caminho químico que a maconha (Cannabis sativa) usa para criar compostos biologicamente ativos chamados canabinoides, abrindo o caminho para o desenvolvimento de variedades de maconha aptas a produzirem fármacos de interesse comercial (PNAS, 16 de julho). Essa rota bioquímica inclui versões diferenciadas de enzimas e nunca havia sido observada em plantas, de acordo com Jon Page, pesquisador de Saskatchewan. Por meio dessas enzimas a Cannabis converte um ácido graxo em uma cadeia simples de carbono, usado para construir moléculas farmacologicamente ativas. Page e sua equipe analisaram estruturas alongadas chamadas tricomas para identificar os genes responsáveis pela produção de substâncias psicoativas como o delta-9-tetrahidrocanabinol ou THC. Depois usaram as enzimas produzidas por esses genes para induzir leveduras a sintetizarem um composto intermediário na rota bioquímica que leva a canabinoides como o THC. No Canadá, cerca de 20 mil pessoas estão legalmente autorizadas a usar canabinoides para aliviar a dor ou recuperar o apetite. O canabidiol, outra substância importante dessa planta, poderia ajudar a reduzir a ansiedade e proteger os neurônios.

Fonte: Revista Fapesp - Edição 198 - Agosto de 2012
Imagem:  JON PAGE/UOFS/NRC E KLAUS ADLER/IPK-GATERSLEBEN

sábado, 4 de agosto de 2012

Os dez mandamentos da biomedicina:

 
  1.  Nunca cobiçaras o jaleco do próximo.
  2. Pipetas não são para usar com a boca.
  3. A culpa nem sempre é dos CRBM's.
  4. Estudar muito = Sucesso.
  5. Se você não tem concentração, comece a ter hoje.
  6. Não vivemos só das análises clínicas, pesquise.
  7. Não tente parecer um médico.
  8. Conheça seus direitos.
  9. Se você não gosta de química, comece a gostar hoje.
  10. Podemos ser muito bem sucedidos, mas vai depender apenas da sua força de vontade.
 
 

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Não basta reduzir estômago

 A cirurgia de redução do estômago, procedimento adotado em casos de obesidade mórbida, não resolve sozinha o problema de excesso de peso. Se não houver uma mudança rigorosa nos hábitos alimentares, a operação pode pouco valer, de acordo com estudo de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O grupo coordenado pela nutricionista Maria Rita Marques de Oliveira analisou o padrão de consumo de alimentos relatado por 141 mulheres que haviam passado por uma cirurgia de redução do estômago entre dois anos e sete anos antes da pesquisa. Dos 141 casos estudados, 119 foram considerados bem-sucedidos, com perda de mais da metade do peso excedente. Essas mulheres ingeriam cerca de 20% menos energia do que o organismo normalmente necessita. As outras 22 mulheres, cuja operação não produziu resultados tão animadores, consumiam apenas 10% menos calorias do que 
o necessário. Outra diferença importante: a dieta das que emagreceram menos continha mais gorduras e menos nutrientes essenciais (folato, vitaminas C e E) do que a das que perderam mais peso (Nutrition Research, maio de 2012). 
Segundo o estudo, a carência de nutrientes observada nas pessoas submetidas à cirurgia parece depender tanto da qualidade dos alimentos como da redução do trato digestivo, uma vez que as mulheres que emagreceram mais ingeriam um nível mais adequado de nutrientes.

Fonte: Revista Fapesp -   Edição 196 - 2012

Tempestades do corpo e da alma


Crises de depressão e de euforia provocam desequilíbrios químicos que podem danificar as células e acelerar o envelhecimento do corpo.

Desde 2009 o psiquiatra Rodrigo Bressan e outros pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) acompanham um grupo de adolescentes com alto risco de desenvolver doenças mentais graves como o transtorno bipolar e a esquizofrenia. Eles querem descobrir o momento adequado para agir antes que os problemas se manifestem e, assim, tentar evitar que se instalem. Ao mesmo tempo, procuram ensinar os adolescentes e seus familiares a lidar com situações estressantes que podem disparar as crises. Assim que possível, Bressan e os psiquiatras Elisa Brietzke e Ary Araripe Neto querem ver se compostos anti-inflamatórios, antioxidantes ou neurotróficos poderiam proteger as células cerebrais e, quem sabe, reduzir o risco de desenvolver essas doenças mentais.

A estratégia de tentar proteger o cérebro com esses e outros compostos se baseia na hipótese de que os neurônios e outras células cerebrais sofrem danos gradativos a partir do primeiro episódio mais intenso da doença – há quem suspeite de que os danos podem começar até mesmo antes. Estudos recentes indicam que nesses distúrbios o cérebro produz certos compostos em níveis nocivos que atrapalham o funcionamento das células e podem causar danos irreparáveis à medida que se sucedem, levando à deterioração das capacidades de raciocínio, planejamento e aprendizagem e até a uma alteração leve e definitiva do humor. Simultaneamente ao aumento na concentração dessas substâncias, haveria também uma diminuição nos de compostos neuroprotetores naturalmente produzidos pelo organismo.

Um dos pesquisadores que ajudou a desenvolver essa hipótese é o psiquiatra Flávio Kapc-zinski, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Translacional. Ele está convencido de que a evolução dramática dos casos graves de transtorno bipolar e de depressão é consequência de alterações fisiológicas causadas pelas crises recorrentes.

As crises que de tempos em tempos atormentam a mente também intoxicam o corpo, acredita Kapc-zinski. Elas seriam como tempestades químicas que desfazem o equilíbrio das células cerebrais e liberam compostos que, carregados pelo sangue, inundariam o organismo – às vezes levando a um grau de intoxicação quase tão grave como o enfrentado por quem desenvolve uma infecção generalizada (sepse). Repetidas ao longo de anos ou décadas, essas avalanches tóxicas precipitadas por surtos de depressão ou de mania produziriam um desgaste lento e progressivo do cérebro e de todo o corpo, reduzindo a capacidade de recuperação e acelerando o processo de envelhecimento.
Kapczinski começou a elaborar esse modelo teórico com base em experimentos feitos por sua equipe e por outros grupos para explicar como e por que a depressão e o transtorno bipolar, uma vez instalados e sem o tratamento adequado, seguem um padrão de agravamento progressivo que pode culminar com a morte precoce por problemas cardiovasculares e até câncer. De acordo com o modelo, as outras doenças que aparentemente nada têm a ver com o que se passa no cérebro poderiam evoluir como resultado dos desequilíbrios orgânicos gerados pelos episódios severos de depressão e mania.

Apresentada inicialmente em 2008 na Neuroscience and Behavioral Reviews, essa hipótese vem ganhando reconhecimento internacional. No último ano os estudos de Kapczinski já foram citados cerca de mil vezes em outros trabalhos. O psiquiatra australiano Michael Berk, da Universidade de Melbourne, acompanha essas pesquisas e, com Kapczinski, chamou esse novo modelo de neuroprogressão.

“Sabemos que esses distúrbios são progressivos e essa proposta teórica explica por quê”, diz Berk. Para ele, a interpretação de que essas doenças se agravam a cada surto pode gerar um impacto importante no tratamento por indicar a necessidade de diagnóstico e intervenção precoce e por sugerir que terapias neuroprotetoras possam atenuar o efeito desses problemas.

“A ideia está posta”, diz o pesquisador da UFRGS. “Agora é possível trabalhar para tentar confirmá-la ou refutá-la.” Ele sabe que o modelo é ousado e que é necessário reunir mais evidências para demonstrar que ele representa de modo adequado a evolução da depressão e do transtorno bipolar. “Temos trabalho para umas duas décadas”, diz Kapczinski.


Fonte: Revista Fapesp - Edição 197 - Julho de 2012
Por: RICARDO ZORZETTO
Imagem: EDUARDO SANCINETTI




quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Universidade do prazer


GILBERTO DIMENSTEIN
Universidade do prazer
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Valorizar mais as baladas a disseminação da maconha ou as festas  do que as aulas seria uma fase passageira?
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 DIANTE da frase "baladas e jogos me motivam mais do que as aulas", apenas 16,1% dos estudantes das universidades da capital e região metropolitana de São Paulo disseram discordar totalmente. Uma expressiva parcela (52,3%) admitiu que fumou maconha; muitos certamente preferiam não revelar nada. Beijar na boca várias pessoas numa única noite é rotina. O resultado é que muitos enxergam no ensino superior um espaço de prazer, onde se misturam baladas, drogas e sexo.
Estamos falando aqui de 15 universidades, entre as quais USP, PUC, Unifesp, Mackenzie, FGV, FMU, Unip, Anhembi Morumbi -ou seja, locais que produzem a futura elite política, empresarial, cultural e social do país. Valorizar mais as baladas -a disseminação da maconha pelos campi ou as festas universitárias- do que as aulas seria apenas uma fase passageira, típica da liberdade e transgressão juvenis? Em parte sim, claro.
"Minha suspeita é que existe um jeito de encarar o mundo que vai além de uma atitude juvenil", comenta Marcos Calliari, responsável pela pesquisa.
O levantamento entre universitários foi feito pela Namosca, agência de marketing focada em entender o que passa pela cabeça dos jovens -e, para isso, montou uma rede de entrevistadores e contatos entre os próprios estudantes para facilitar a obtenção das informações.
A suspeita de Calliari, a partir desse levantamento, é como um imediatismo exacerbado marca uma geração. O levantamento indicou que 77% dos entrevistados já beijaram na boca mais de uma pessoa num dia; 89% disseram que beijaram logo no primeiro encontro. "É um pouco como se não houvesse um dia depois de hoje", analisa.
Isso pode significar também que o consumidor vai mudar cada vez mais rapidamente de marcas. Ou que não terá paciência para abrir a conta num banco se tiver de assinar muitos papéis ou formulários na internet. Nem entrar num site que exija cadastramento.
Talvez explique a prosperidade da indústria de venda de trabalhos escolares (até dissertações). Ou por que muitas pessoas mudam tanto de curso no ensino superior, criando uma alta taxa de evasão.
O desinteresse pela política não se deve só à ojeriza aos políticos, mas porque os debates implicam pensar e planejar o futuro -a chance de conseguir um emprego estaria condicionada mais ao desempenho individual do que ao coletivo. A frase "meu sucesso depende apenas de mim mesmo" é discordada totalmente por apenas 3,4%.
Se Lula esbanja popularidade no país, falta-lhe identificação nesse grupo. Apenas 19% disseram que "gostariam de tomar uma cerveja com ele". É, aliás, a mesma percentagem dedicada a Fernando Gabeira, que tem entre suas propostas a descriminalização da maconha e a defesa ambiental. Cerca de 40% gostariam de tomar uma cerveja com o ator Selton Mello; 33% com o apresentador Luciano Huck, empatado com Wagner Moura. Para 45%, Sérgio Groismann entende da juventude; 25% tomariam a cerveja com ele.
Não vou empunhar discurso moralista nem saudosista; o passado não foi melhor do que o presente. Muito menos deixar de entender que a juventude é um período, às vezes arriscado, de testes de limites e experimentações. Mas a pesquisa sugere um problema: a dificuldade de focar e desenvolver um projeto, o que exige necessariamente postergar prazer. Mas esse culto excessivo da celebridade, da pressa e do prazer não vai acabar bem.
Não é por outro motivo que, apesar do desemprego, grandes empresas têm uma crescente dificuldade de recrutar trainees -isso apesar de que, em alguns casos, há mais de 3.000 candidatos por vaga. O que pode estar acontecendo é até mesmo uma mudança na paisagem das elites. Os jovens de periferia, mais focados e com mais garra (afinal, sobreviveram ao massacre educacional), que começam a chegar às faculdades públicas, ganharão cada vez mais espaço. Estudaram de noite e nos finais de semana para alcançar, para ter o prazer de entrar na faculdade e garantir um bom emprego.
PS - Entre os vários dados que me chamaram a atenção, um deles se destacou. Indagados sobre o estilo musical preferido, não houve pontuação, nem apareceu na lista, música erudita. Será que é consequência do imediatismo e a dificuldade de lidar com obras mais complexas? Fico imaginando se, num futuro breve, as salas de concertos não estarão vazias. A íntegra da pesquisa está no site: www.dimenstein.com.br.
gdimen@uol.com.br

Novo tratamento contra infecção por ébola eficaz em macacos


Experiência realizada por equipa canadiana publicada na «Science Translational Medicine»

2012-06-18
 
Uma combinação de três anticorpos parece ser a solução para o tratamento da doença provocada pela infecção com vírus ébola, um dos mais mortíferos que se conhecem. Desenvolvido por uma equipa de biotecnologia da Universidade de Manitoba (Canadá), este novo tratamento, testado em macacos, neutraliza a proteína da superfície do vírus que este necessita para entrar na célula e infectá-la.
O ébola é um vírus hemorrágico que chega a matar 90 por cento das pessoas que o contraem. Em 1995, um surto no Zaire (actual República Democrática do Congo), da estirpe mais mortífera (chamada, precisamente, zaire), afectou 350 pessoas. Dessas, mais de 250 vieram a falecer. A descoberta está publicada na revista «Science Translational Medicine».
O êxito dos ensaios agora realizados abre novas portas para o desenvolvimento de um tratamento eficaz contra o vírus. A experiência foi feita com macacos da espécie Macaca fascicularis, que estavam infectados com a estirpe mais perigosa do vírus.
Os quatro animais que receberam a primeira das três doses de tratamento nas primeiras 24 horas depois da exposição ao patogénio sobreviveram, enquanto que apenas dois dos quatro animais sujeitos ao tratamento 48 horas depois da infecção ficaram curados.
O composto, denominado ZMAb, só é eficaz, para já, contra a estirpe Zaire, mas não deverá ser muito difícil desenvolver algo parecido para outras estirpes do vírus, acreditam os investigadores.

Artigo: Successful Treatment of Ebola Virus–Infected Cynomolgus Macaques with Monoclonal Antibodies

Fonte: Ciência Hoje - 1 de agosto de 2012