Data foi lembrada com mesas-redondas, apresentações culturais e confraternização de ex e atuais alunos e professores
Débora Amorim, do 4.período, fez apresentação de balé |
Fazer pesquisas ao lado de uma autoridade mundial em
oftalmologia como professor Shigeru Kinoshita, da
University of Medicine
de Kyoto, no Japão, ou gerenciar projetos de farmacovigilância na
Covance, que lida com grandes laboratórios globais, são experiências que
enriquecem qualquer profissional. Mais ainda quando essas passagens são
de jovens com passado ainda recente de bancos escolares, como os
ex-alunos de Biomedicina da Universidade Metodista de São Paulo Renata
Ruoco Loureiro e Luis Gustavo Barreto. Ela formada em 2009, ele em 2004.
Renata e Luis fizeram parte da noite de boas histórias, narrativas sobre carreiras bem-sucedidas e passagens por empresas respeitadas no mercado que encantaram o auditório lotado do campus Planalto nas comemorações de 15 anos do curso de Biomedicina da Metodista, em 3 de novembro último.
Oito ex-alunos contaram aos graduandos como viraram páginas de suas histórias profissionais para frente, enfrentando inevitáveis dúvidas e tropeços profissionais. Professores consolidaram a memória do curso citando conquistas como o reconhecimento dos melhores rankings de Educação. Tanto assim que, em uma década e meia, a Biomedicina da Metodista drenou cérebros para indústrias farmacêuticas e de saúde como Boehringer Ingelheim, AstraZeneca, Covance e Fleury, ou colocou nos trilhos da pesquisa científica mestres e doutorandos em escolas como Unifesp, USP e Kyoto.
Como destacou o primeiro coordenador do curso e hoje diretor da Escola de Ciências Médicas e da Saúde, professor Rogério Gentil Bellot, os anos trazem muitas recompensas, não só rugas. “15 anos marcam cabelos mais brancos, alguns quilos e rugas a mais, mas muito aprendizado, histórias e sonhos para contar”, saudou ele na abertura do evento, quando lembrou que a graduação de Biomedicina surgiu em 2000 da percepção de que seria uma das profissões do futuro.
Em uma década e meia, a Metodista estruturou 19 turmas, com total de 1.075 biomédicos formados e atualmente 284 alunos distribuídos em oito períodos do curso.
Duas mesas-redondas pautaram a noite de festejos, a primeira mediada
pelo professor Rogério Bellot sobre “O Biomédico Metodista em Empresas
Multinacionais”, e a segunda conduzida pelo atual coordenador do curso,
professor Isaltino Marcelo Conceição, sobre “O Biomédico Metodista nas
Áreas Acadêmica e Diagnóstico”.
Estão hoje em empresas globais Patrícia de Nóbrega Brunieri, formada
em 2013 e atuando na alemã Boehringer, Iumi Mattos Kinoshita (2006) e
Barbara Costa (2004), ambas na sueca AstraZeneca, e Luis Gustavo Barreto
(2004), na Covance. O recado em comum é que a área exige estudos
constantes, inglês impecável e ousadia para abraçar as oportunidades que
se abrem ao biomédico, sobretudo com a descoberta de novas drogas.
Patrícia Brunieri se encontrou no marketing de medicamentos e
especializou-se na área de oncologia/virologia. Sua missão é disseminar
informações que curam: “Isso é muito gratificante”, afirmou. Barbara
Costa iniciou com microbiologia, especializou-se em biotecnologia e
pós-graduou-se em marketing, atuando como consultora técnica da linha
oncológica da Astrazeneca. “O marketing envolve administradores,
jornalistas, publicitários, mas é o biomédico que faz a diferença,
sobretudo quando se trata de discutir estudos clínicos”, apontou.
Iumi Kinoshita começou com análises clínicas, mudou-se para a
Teraskin Farmacêutica e especializou-se em microbiologia ambiental. Hoje
é microbiologista sênior na Astrazeneca. Já Luis Barreto desde o início
interessou-se por pesquisa clínica, área que cresce entre biomédicos
segundo ele, e pós-graduou-se em administração, o que abriu-lhe portas
para gerenciar projetos em farmacovigilância na Covance e dar aulas no
Instituto Polígono.
Renata, Clara, prof. Isaltino, Janaína e Rodrigo |
Optaram abraçar a vida acadêmica Clara Felix e Renata Ruoco Loureiro,
formadas em 2006 e 2009 respectivamente, e ambas doutorandas pela
Unifesp, Janaína Thaís Lopes (2006) doutoranda pela USP, e Rodrigo de
Luca Lucena (2009), professor no colégio técnico Etip e atuando no Grupo
Fleury.
Clara explicou que a falta de recursos públicos para suprir bolsas de
estudo em pesquisas tem sido compensada pela iniciativa privada,
sobretudo na forma de PPP (Parceria Público-Privada). Da iniciação
científica no Instituto de Medicina Tropical da USP, ela passou em
concurso na instituição na área de sorologia e agora faz doutorado nessa
área e em biologia molecular. Janaína foi na contramão do início com
análises clínicas e abraçou a microbiologia de alimentos. Após o
mestrado em Ciências dos Alimentos, iniciou o doutorado em contaminação
cruzada e com uso de matemática, já tendo viajado para a Dinamarca.
Interessada em seguir carreira em reprodução humana, foi durante o
estágio em coleta de sangue que Renata Ruoco teve oportunidade de
conhecer a oftalmologia, tema de seu mestrado em córneas em 2013. O
orientador apresentou-lhe em 2014 uma porta aberta em Kyoto, onde está
uma das maiores competências acadêmicas no assunto. “Me impressionei com
a fartura de material nos laboratórios japoneses, onde o governo coloca
muito dinheiro em pesquisas”, testemunhou ela durante seis meses. De
volta a São Paulo, conseguiu bolsa Fapesp para o atual doutorado em
Ciências Visuais.
Já Rodrigo Lucena começou na bioquímica de um hospital e, como
definiu, a hematologia o escolheu, abraçando a contragosto uma área que
hoje é seu grande cartão de visitas. Para ingressar no Fleury seu teste
consistiu em ler, em uma hora, 10 lâminas com material de pacientes com
leucemia, ou seja, muito alteradas. Hoje ele é referência em hematologia
de urgência e emergência em hospitais, analista sênior e controle de
qualidade do Fleury, além de dar aulas no Colégio Etip.
Coube ao coordenador atual de Biomedicina da Metodista, professor
Isaltino Marcelo Conceição, historiar o percurso da graduação, desde o
primeiro turno noturno com duração de 5 anos até a necessidade no ano
seguinte, devido à intensa procura, de oferecer período integral (tarde e
noite), com tempo regular de 3 anos.
Logo em seguida, em 2002, o curso já agregava o laboratório-escola
LABMESP, para possibilitar estágio na área de análises clínicas. Isso
rendeu-lhe à graduação o reconhecimento oficial pelo MEC. Em 2004, novo
projeto pedagógico incluiu temas inovadores para a época, como
reprodução assistida, engenharia genética e microbiologia de alimentos.
“Em 2008 recebemos pela primeira vez 3 estrelas do Guia do Estudante e
nos destacamos com o 1º lugar entre os cursos de Biomedicina da Grande
São Paulo, segundo avaliação do CPC-MEC, com nota 3. Passamos a integrar
o ranking RUF-Folha de São Paulo e as estrelas do Guia do Estudante não
foram perdidas desde então. Em 2013 e 2014, recebemos 4 estrelas.
Também o CPC-MEC aumentou para 4”, lembrou professor Isaltino, citando
entre outras conquistas a introdução de módulos no lugar de disciplinas
em 2008 e a integração, em 2010, do LABMESP às demais Clínicas da
Faculdade da Saúde, fazendo parte da Policlínica Metodista como seu
Núcleo de Análises Clínicas (NAC).
A noite de comemorações também contou com apresentações artísticas de
alunos. Débora Amorim, 4º período, dançou balé ao som de "Atrás da
Porta", com Elis Regina. Douglas Reche, 6º período, e a parceira Thais
Lopes sambaram Nega Marrenta, com Ana Carolina. Já Gustavo Godoi, 2º
período, tocou e cantou ao violão "Thinking Out Loud", de Ed Sheeran.
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