Colaboradores

terça-feira, 28 de outubro de 2014

FLAVIA GOBETTI - Embriologista da Embrios

FLAVIA  GOBETTI Embiologista, Biomédica formada na Universidade Metodista de São Paulo, responsável técnica do laboratório de Reprodução Assistida da Embrios participou de curso e programa de atualização na Espanha.
 Parabéns!!!! Sucesso!!!!

#Orgulho de ser #BiomedicinaMetodista!

Matéria publicada no Jornal Semanário do dia 25 de outubro, no caderno Empresas e Empresários.


Participe da Autoavaliação Institucional 2014


Prezados alunos da Biomedicina Metodista, 
não esqueçam de fazer da Avaliação Institucional!!!!
Vamos juntos construir um Curso e uma
Universidade cada vez melhor!!!!!
Contamos com o participação de vocês!!!!!
#Orgulho de ser #BiomedicinaMetodista!!!

 A Avaliação Institucional é um processo que, entre outras funções, auxilia a Universidade na identificação dos aspectos institucionais que precisam ser melhorados e do que precisa ser preservado, desenvolvendo uma cultura de constante aprimoramento. Para tanto, alunos, docentes, coordenadores e diretores da Universidade contribuem respondendo um formulário eletrônico que aborda questões referentes ao ensino e práticas pedagógicas; gestão; infraestrutura geral e específica; bibliotecas; serviços prestados nos diferentes campi e modalidades; atendimento aos alunos entre outros. O foco é contribuir com a qualidade dos cursos e da Universidade orientando ações futuras.
Durante todo o mês de outubro, a Metodista realiza a Autoavaliação Institucional, divididas de acordo com cada público. Confira abaixo qual avaliação você deve acessar e contribua para o aperfeiçoamento da qualidade do ensino na Universidade:


Avaliação das Práticas Pedagógicas - Graduação Presencial. Período: até 31/10.
Participantes: alunos e docentes (os diretores das faculdades e coordenadores de curso que lecionam docência também participarão com perfil docente).
Acesse o formulário no link Avaliação Institucional, na página inicial do Portal do Aluno/ Portal Docente.

Mais informações: suporte.avaliacao@metodista.br.



sábado, 25 de outubro de 2014

Resultado do Sorteio - Simpósio de Estética!!!!

Parabéns Daniella Cardella Freire
3° período da Biomedicina Metodista, 
você foi a sorteada para participar do 
Simpósio de Estética !!


Simpósio Adcos ABC
Data: 27 de outubro (segunda-feira), das 9h às 17h
Local: Auditório Prédio Capa, campus Rudge Ramos
Endereço: Rua Planalto, 106.
Investimento: R$ 100,00 (1x cartão ou cheque ato/30)
(incluindo almoço self-service, intervalo com café, certificado e material de apoio)
Inscrições: (11) 4903-7200, Tatiana (11) 99902-1650, Luciana (11) 99902-2923

Palestras
  • Slim Cavity, redução com lipocavitação focalizada, palestrante Stella Spina
  • Lift Like com ação preenchedora, associado a radiofrequência, palestrante Stella Spina
  • Hidradefense, desconstrução de protocolo para novos procedimentos: volumização facial, clareamento e relaxamento, palestrante Cláudia Eveline
  • Você é o Sucesso do seu Negócio, palestrante Malu Monteiro
Mais informações acesse o site: http://portal.metodista.br/farmacia/noticias/curso-de-farmacia-promove-simposio-de-estetica


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Metodista retoma produção do exoesqueleto

  Fisioterapeutas vão reforçar o time que a Universidade Metodista de São Paulo criou para produção de um exoesqueleto para membros inferiores.  O grupo de estudos montado este ano visando a retomar o embrião do projeto – surgido de um TCC de alunos de Engenharia da Computação em 2012 – quer que profissionais da saúde auxiliem no melhor entendimento da biomecânica e da marcha humana para concluir o dispositivo ortopédico já em 2015. Se tudo correr como planejado, em 2016 será possível construir esses equipamentos eletrônicos que possam ser vestidos e, assim, beneficiar pessoas com mobilidade reduzida.
“Só engenheiros não são suficientes. Vamos chamar fisioterapeutas, por exemplo, para estudar mais profundamente o gesto de andar, que não é tão simples quanto parece. Envolve músculos, articulações, força para os movimentos”, explica professor Mário Francisco Guerra Boaratti, coordenador do curso de Automação Industrial da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia da Metodista.

Os planos são de, entre este ano e 2015, compreender efetivamente a marcha humana e desenvolver um protótipo que possa se manter de pé e ser usado por uma pessoa. “Já em 2015 queremos transformar nosso grupo de estudos em um projeto de pesquisa inovadora e buscar patrocínio para, enfim, construir os dispositivos”, anseia professor Boaratti, que tem na equipe também o professor Vinicius Vono Peruzzi. Ambos estão convidando outros docentes e alunos da Metodista para reforçar o grupo, principalmente em algoritmos, programação e inteligência artificial.

Movimento no fêrmur e joelhos

O exoesqueleto da Facet, que foi doado à faculdade pelos alunos que o criaram, é um conjunto de alavancas que realiza movimentos, mas sem controle. O protótipo pesa 18 quilos e tem quatro motores: nos dois joelhos, fêmur e bacia. Embora a região do tornozelo não tenha motorização, conta com sistema de articulação e molas que auxiliam na movimentação. Já houve aprimoramentos: antes o exoesqueleto apenas chutava e hoje levanta o fêmur e contrai os joelhos de modo mais controlado.

A próxima etapa é estabelecer uma programação em algoritmos (software) para controle retroativo mais eficiente dos passos e do equilíbrio das pernas, visando a mantê-las de pé. Também será desenvolvido um programa para administrar a velocidade de rotação dos motores.

“A questão do equilíbrio é importante porque assemelha-se ao pêndulo invertido: é como equilibrar uma vassoura na ponta do dedo e precisamos estabilizar isso”, explica o professor de Automação Industrial da Metodista, satisfeito pelo fato de a instituição integrar o rol de universidades e empresas que estudam esses dispositivos ortopédicos. “Os Estados Unidos estão muito avançados nisso e próximos de fazer seus soldados biônicos”, cita como referência.

23 peças, nove meses

O crescente problema de mobilidade reduzida nas pernas, seja pela longevidade humana, seja por doenças e acidentes de trânsito, foi a motivação dos alunos Fernando Augusto

Rocha, Luiz Alberto Alves e Ronaldo Neves, de Engenharia da Computação, para desenvolver o Trabalho de Conclusão de Curso sobre o exoesqueleto. Os alunos criaram metodologia própria, que incluiu estudos sobre biomecânica (teoria dos movimentos da marcha humana) e soluções de hardware e software para a automatização do protótipo. Foram desenvolvidas 23 peças em nove meses, mas as pesquisas consumiram pelo menos 12 meses devido a alterações que ocorreram durante as atividades, conta Luiz Alberto.

O protótipo foi feito com alumínio naval. De acordo com os alunos, para o desenvolvimento da proposta foram investidos aproximadamente R$ 3.450 – considerando a cotação do dólar ao final de 2012 (R$ 2,08), o custo foi de cerca de US$ 1.653. Eles estimaram à época que o modelo produzido por uma empresa japonesa deva ser comercializado entre US$ 19 mil a US$ 50 mil.

O exoesqueleto foi uma das atrações apresentadas no XVII Congresso de Iniciação e Produção Científica da Metodista, dias 21, 22 e 23 de outubro último, quando foram reunidos 904 trabalhos de pelo menos 35 escolas superiores.

Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista - 24/10/2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Biomedicina no XI Seminário PIBIC/UMESP de Pesquisa!!!!!

Dedicado exclusivamente à apreciação dos trabalhos de alunos bolsistas de iniciação científica, com apoio do CNPq / UMESP.


Parabéns alunos!!!! Parabéns orientadores!!!! 
Os trabalhos estavam excelentes!!!!!!


"A coisa mais bela que o homem pode experimentar  é o mistério. 
É essa emoção fundamental que está na raiz de toda ciência 
e toda arte" Albert Einstein

#Orgulho de ser #BiomedicinaMetodista

ALUNA: TAÍS MARIA BERMUDES DIAS
ORIENTADOR: PROF. DR. ISALTINO MARCELO CONCEIÇÃO


ALUNA: ELIANE CÉU MOREIRA 
ORIENTADOR: PROF. DR. ISALTINO MARCELO CONCEIÇÃO


 ALUNA: LUANA APARECIDA DA SILVA ARAÚJO
ORIENTADOR: PROF. DR. ISALTINO MARCELO CONCEIÇÃO

 

ALUNA: BÁRBARA SOARES DE VENÇO
ORIENTADOR: PROFa. DRa. ADRIANA REGINA RUBIO



ALUNA: KAROLINA ROSA FERNANDES
ORIENTADOR: PROFa. DRa. SÍLVIA REGINA KLEEB 

 Mais fotos!!!!!!











terça-feira, 21 de outubro de 2014

Pesquisadores são agraciados com Prêmio Nobel

Prêmio laureou cientistas por suas contribuições no desenvolvimento da nanoscopia, na identificação de células que constituem GPS cerebral e na concepção do LED azul

© MATT STALEY, BERND SCHULLER E K. LOWDER
Da esq.: Eric Betzig, Stefan W. Hell e William E. Moerner
Da esq.: Eric Betzig, Stefan Hell e William Moerner
A Academia Real Sueca de Ciências anunciou na quarta-feira, 8, os vencedores do prêmio Nobel de Química, encerrando a safra de premiações de 2014 em categorias científicas. Eric Betzig, 54, do Instituto Médico Howard Hughes, nos Estados Unidos (EUA), Stefan Hell, 52, do Instituto Max Planck, na Alemanha, e William Moerner, 61, da Universidade de Stanford, também nos EUA, foram laureados por terem desenvolvido uma tecnologia conhecida como nanoscopia, que permite estudar com mais precisão o que acontece no universo molecular dentro de células vivas. Com a nanoscopia se tornou possível observar as células nervosas do cérebro transmitindo impulsos elétricos, investigar quais proteínas estariam relacionadas ao desenvolvimento das doenças de Parkinson, Alzheimer e Huntington e, até mesmo, acompanhar proteínas individuais em óvulos fertilizados enquanto eles se dividem para gerar embriões. Em outras palavras, Betzig, Hell e Moerner ampliaram a capacidade da microscopia a um nível que por mais de um século pareceu ser impossível alcançar.
Para entender a relevância do trabalho do grupo é preciso voltar para 1873. Naquele ano, o microscopista alemão Ernst Abbe estipulou, por meio de uma série de equações, que o limite máximo de resolução de um microscópio óptico tradicional não poderia nunca ser melhor do que 0,2 micrômetros (o equivalente a 0,0002 milímetro). Ou seja, qualquer que fosse a amostra, ela não poderia ser observada se fosse menor que 0,2 micrômetros. O principal mérito dos laureados com o Nobel de Química foi ultrapassar esse limite desenvolvendo dois métodos de microscopia óptica que nos permite hoje explorar o mundo molecular.
Em 2000, Hell desenvolveu o primeiro método, conhecido como “Microscopia de Depleção por Emissão Estimulada”, no qual dois feixes de laser são usados. Um deles estimula moléculas fluorescentes a brilharem, enquanto o outro cancela todo brilho exceto os de volumes na escala nanométrica. Com isso, ao digitalizar a amostra, o microscópio consegue gerar uma imagem com uma resolução melhor que o limite estipulado por Abber. Seis anos depois, Betzig e Moerner, trabalhando separadamente, estabeleceram as bases que fundamentaram o segundo método, conhecido como “Microscopia de Molécula Única”. O método consiste na possibilidade de se ligar e desligar a fluorescência individual das moléculas. Assim, os cientistas conseguem fazer várias imagens de uma mesma área, permitindo que apenas uma molécula brilhe de cada vez. Em seguida, sobrepondo estas imagens, obtêm uma imagem em alta resolução em escala nanométrica.
GPS cerebral
A semana pela qual muitos cientistas aguardam ansiosamente todos os anos começou na segunda-feira, 6. Para abrir as premiações, o Instituto Karolinska, em Estocolmo, laureou John O’Keefe, 75, da Universidade College London, na Inglaterra, May-Britt Moser, 51, e seu marido Edvard Moser, 52, ambos da Universidade de Ciência e Tecnologia de Trondheim, na Noruega, com o prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia. A contribuição do grupo consistiu na identificação de um conjunto de células que dão forma a um sistema de posicionamento próprio do cérebro — uma espécie de GPS interno —, que possibilita ao órgão orientar-se em ambientes distintos. O senso de espaço e a habilidade de navegar por ele é fundamental para nossa existência porque dá a percepção de posição em relação ao ambiente.

© DAVID BISHOP/UCL E G. MOGEN/NTNU
Da esq.: Edvard I. Moser, May-Britt Moser e John O'Keefe
Da esq.: Edvard Moser, May-Britt Moser e John O’Keefe
A constatação de O´Keefe e do casal Moser resolveu um problema que há tempos intrigava os neurocientistas: como o cérebro conseguia desenvolver um mapa do ambiente que o rodeia e como conseguimos nos orientar em espaços tão complexos e distintos com base nesse mapa? O´Keefe identificou os primeiros componentes celulares desse sistema de posicionamento em 1971. À época, ele observou que um grupo de neurônios em uma região do cérebro chamada hipocampo era sempre ativado quando camundongos eram colocados em lugares específicos mais de uma vez. Ou seja, o cérebro estava marcando esses ambientes como pontos de referência.
Mais de 30 anos depois, em 2005, o casal Moser identificou outro tipo de neurônio, chamados de “células de grade”, que era ativado quando os animais estavam em uma determinada região. Esses neurônios geravam um sistema de coordenadas que permitiam o posicionamento preciso e, com isso, a navegação espacial dos animais. Pesquisas posteriores verificaram como esses dois tipos de neurônios permitem determinar o posicionamento e a navegação.
LED azul
Na terça-feira, 7, a Academia Real Sueca de Ciências anunciou os laureados com o prêmio Nobel de Física. Este ano, o trio de pesquisadores japoneses Isamu Akasaki, 85, e Hiroshi Amano, 54, ambos da Universidade de Nagoya, no Japão, e Shuji Nakamura, 60, da Universidade da Califórnia, nos EUA, foi premiado por ter desencadeado uma transformação fundamental na forma como iluminamos o mundo, com mais economia de energia e durabilidade das lâmpadas. Os pesquisadores desenvolveram, ainda no início dos anos de 1990, um diodo emissor de luz (LED) azul bastante eficiente e ambientalmente sustentável. Diodos são semicondutores de cargas variadas de correntes elétricas. Em termos práticos, a criação do grupo contribuiu para a concepção das lâmpadas LED de luz branca que conhecemos hoje, mais eficazes e duradouras que as convencionais.

O desenvolvimento de LED azul é recente, apenas 20 anos. Até aquela época, meados dos anos de 1990, apenas diodos emissores de luz verde e vermelha, desenvolvidos respectivamente nos anos 1960 e 1970, haviam sido criados. Mas ainda era preciso ir um passo além. À luz do modelo de cores RGB, baseado na teoria de visão colorida tricromática de Young-Helmholtz e no triângulo de cores de Maxwell, era necessário um terceiro componente para que fosse possível obter luz branca, usada atualmente para a iluminação de casas e escritórios, semáforos e grandes placas de publicidade.
© YASUO NAKAMURA/MEIJO UNIVERSITY E NOBEL MEDIA
Da esq.: Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura
Da esq.: Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura
Foi apenas com a concepção pelo trio japonês do diodo emissor de luz azul que se tornou possível produzir lâmpadas brancas com a tecnologia LED que, ainda hoje, continuam sendo melhoradas, com um fluxo luminoso maior por unidade de energia consumida (medida em watts). “Akasaki, Amano e Nakamura foram bem-sucedidos onde ninguém mais foi”, destaca o texto da Academia Real Sueca de Ciências, que em 2014 completa 275 anos.
Para o físico Vanderlei Salvador Bagnato, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, o mérito maior dos pesquisadores foi conseguir obter o elemento que faltava para que fosse possível desencadear a terceira revolução da óptica. “As lâmpadas incandescentes constituíram a primeira revolução, pois tiraram a humanidade da escuridão. Depois veio o Laser, e com ele uma nova forma de emissão de luz. Agora vivemos a Era da luz LED, a qual vem desencadeando uma revolução da óptica e, com isso, ampliando as possibilidades de aplicação da óptica, tanto na comunicação quanto na iluminação”, diz Bagnato, que é coordenador do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), programa financiado pela FAPESP.
Cerca de um quarto do consumo de eletricidade no mundo hoje é destinada para iluminação. Assim, argumentam os organizadores da premiação, “as lâmpadas LED contribuem para preservar os recursos do planeta, já que o consumo de materiais é menor, visto que essas lâmpadas duram até 100 mil horas, enquanto as incandescentes duram apenas mil horas e as fluorescentes 10 mil horas.” Basicamente, as lâmpadas convencionais são ineficientes porque produzem luz a partir do aquecimento de um filamento de arame. No entanto, este processo desperdiça uma quantidade significativa de energia por meio do calor perdido. Já as lâmpadas fluorescentes são melhores, mas não chegam perto para a eficiência dos LEDs brancos, nos quais a luz é produzida quando elétrons negativos se combinam com “buracos” positivos em camadas muito finas de semicondutores.
O trio japonês, assim como o de Medicina ou Fisiologia e Química, dividirá 8 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 2,64 milhões.
Fonte: Revista Fapesp on line  edição outubro/2014
Por: Rodrigo de Oliveira Andrade

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Parabéns Biomedicina e Gastronomia da Universidade Metodista!!!!!

Que este seja o início de novos projetos!!!!
Obrigada Centro Comunitário das Crianças de Nossa Senhora de Guadalupe pelo acolhimento!
"Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos"
#Orgulho de ser #BiomedicinaMetodista !!!!

Texto do Centro Comunitário das Crianças de Nossa Senhora de Guadalupe - publicado na página do Facebook - Centro Comunitário das Crianças de Nossa Senhora de Guadalupe

"Em 17/10/2014, nos dois períodos, recebemos a visita das estudantes Nayara Thomaz, Thais Stoianof, Carolina Faria (Curso de Gastronomia da Universidade Metodista) e Mariane Faria (Curso de Biomedicina da Universidade Metodista). As estudantes trouxeram para os adolescentes da Oficina de Culinária, lanches, sucos e brigadeiro, porém, com a proposta de inserir nestes alimentos ingredientes que normalmente, jogamos no lixo (como cascas de banana, de beterraba e de cenoura) aproveitando todas as suas propriedades e nutrientes. Foram servidos: hamburguer de cascas de beterraba e cenoura, suco de beterraba com cenoura e laranja e brigadeiro com banana, a casca de banana e chocolate em pó!  As receitas diferentes, agradaram o paladar de todos!! Obrigada a toda simpática equipe pelo aprendizado!!" 


 









 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Parabéns professores!!!!

PARABÉNS  PROFESSORES, 
EM ESPECIAL AOS DA BIOMEDICINA METODISTA !!!!!
  
 #Orgulho de ser #BiomedicinaMetodista

 Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu 
com você e pelo que ele lhe ensinou...
Ser professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo todos os dias, 
a cada dia é única e original...
Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e, diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...
Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, 
amor e cuidado...
Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena,
 sem sair do espetáculo".
Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...






domingo, 12 de outubro de 2014

Um novo modelo para o Alzheimer

Estudo reproduz em macacos alterações da 
doença humana no cérebro 

Oligômeros de beta-amiloide (em vermelho) no córtex cerebral de macacos

Os pesquisadores tiveram uma surpresa quando injetaram no cérebro de macacos uma substância associada à origem da doença de Alzheimer em seres humanos. As moléculas migraram e se acumularam em áreas relacionadas à formação da memória, produzindo nas células as alterações típicas de estágios avançados desse mal. Foi uma revelação importante sobre o funcionamento da doença, e também um alerta para a necessidade de se usar primatas como modelo para se chegar a uma compreensão mais adequada de como se instala o Alzheimer e testar possíveis tratamentos, segundo a neurocientista Fernanda De Felice, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenadora da pesquisa.

Em parceria com o grupo canadense da Queen’s University liderado pelo neurofisiologista Douglas Muñoz, Fernanda e sua equipe queriam conhecer como a enfermidade se instala em um cérebro saudável. Para isso, injetaram pequenos fragmentos (oligômeros) da proteína beta-amiloide, precursores dos danos celulares, no ventrículo lateral, cavidades naturais do cérebro onde é produzido o líquido cefalorraquidiano, que banha todo o encéfalo. A ideia era justamente não determinar um local para inserir a substância. “Queríamos dar liberdade aos oligômeros”, explica a pesquisadora. Tanto em ratos como em macacos-cinomolgos (Macaca fascicularis), os pesquisadores observaram que esses fragmentos de proteínas se acumulam no córtex frontal, no hipocampo e em várias áreas associadas à memória e a aspectos cognitivos, segundo artigo publicado hoje (8/10) na revista The Journal of Neuroscience, cuja primeira autora é a bióloga Leticia Forny-Germano, do grupo da UFRJ. “As primeiras áreas afetadas na doença refletiram o que acontece em seres humanos”, diz Fernanda. Já se sabia que os oligômeros beta-amiloide são centrais na doença, que causa perda de memória e demência irreversíveis (ver Pesquisa FAPESP nº 194). Mas até agora ninguém tinha conseguido reproduzir no cérebro de primatas os danos que o Alzheimer causa em pessoas.

Por isso, o que ela considera mais importante nos resultados foi observar, nos macacos alojados na universidade canadense, danos semelhantes aos que acontecem no cérebro humano, como perda de conexões (sinapses) entre as células cerebrais e alterações na proteína tau, responsável pela formação de microtúbulos que estabilizam os prolongamentos dos neurônios. Essas proteínas tau alteradas formaram os emaranhados neurofibrilares, uma alteração típica de estágios avançados da doença. Os emaranhados neurofibrilares comuns no cérebro humano e observados agora nos macacos não são observados no cérebro de roedores, em geral usados como modelo para o estudo do Alzheimer. “Não existem estudos mostrando o surgimento dos emaranhados só por ação dos oligômeros em roedores”, comemora a pesquisadora carioca. “Sem mutações, induzimos uma condição que é central na doença.”

Para a neurocientista, os resultados são uma indicação clara de que é importante realizar os estudos de Alzheimer em modelos primatas. Ela continuará a fazer pesquisa com ratos e camundongos para entender detalhes de como a doença altera o cérebro, mas acredita que roedores não podem ajudar com determinados aspectos da pesquisa. “A maior parte de medicamentos testados em camundongos acabam não funcionando para tratamento de doenças do cérebro em seres humanos”, exemplifica, ressaltando as diferenças profundas entre o cérebro desses roedores e o nosso.

Os macacos já começaram a ser treinados para uma segunda fase de estudos, em que os pesquisadores avaliarão alterações comportamentais que podem surgir em consequência da injeção dos oligômeros. Fernanda conta que é necessário treinar os cinomolgos por seis meses para realizarem testes de memória, como reconhecer imagens em um monitor, e para que façam determinado tipo de movimento com os olhos. Quando os macacos envelhecem, a capacidade de realizar esse movimento se deteriora de maneira semelhante ao que acontece em pessoas com o Alzheimer.

Numa fase seguinte, ela espera fazer testes de medicamentos. O primeiro candidato deve ser um remédio contra diabetes que seu grupo já mostrou ser capaz de bloquear alguns danos neuronais observados em modelos animais para a doença de Alzheimer (ver Pesquisa FAPESP nº 215). Além dos resultados promissores para o estabelecimento de um novo modelo animal, Fernanda celebra a parceria com o laboratório canadense. “São dois grupos com expertises complementares”, avalia. Uma receita de sucesso para avanços significativos em ciência.

Artigo científico
FORNY-GERMANO, L. et al. Alzheimer’s disease-like pathology induced by amyloid-oligomers in nonhuman primates. The Journal of Neuroscience, v. 34, n. 41. 8 out. 2014.
 
Fonte: Revista Fapesp on line - 2014
Por: Maria Guimarães
Imagem: Letícia Forny / UFRJ

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A construção de um medicamento: Anticorpos contra tumor de ovário desenvolvidos por instituições de pesquisa e empresa nacionais estão prontos para ser testados em humanos

Até o fim deste ano seis mulheres que passaram por cirurgia ou quimioterapia para combater o câncer de ovário no hospital da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, devem receber um tratamento de reforço com um composto experimental desenvolvido por instituições de pesquisa e uma empresa brasileiras. Será a primeira vez que uma versão produzida especificamente para uso em seres humanos desse composto, um anticorpo monoclonal com alta afinidade por células de tumor de ovário, será utilizada em um teste clínico. O oncologista Ragnar Hultborn e sua equipe em Gotemburgo já obtiveram a aprovação das autoridades de saúde suecas para dar às pacientes doses baixas do anticorpo, ao qual irão adicionar um elemento químico radioativo. Com essa terapia de apoio, eles esperam eliminar as células tumorais que eventualmente possam ter escapado ao tratamento inicial ou que já haviam se espalhado antes mesmo de o problema ter sido diagnosticado.
Mísseis autoguiados: representação artística de linfócito B, célula do sistema imune que produz anticorpos (moléculas em forma de Y) - © TIM VERNON / SCIENCE PHOTO LIBRARY
Se funcionar, essa estratégia pode evitar o restabelecimento de células malignas nos ovários ou sua migração para outros órgãos. O câncer de ovário é cerca de 10 vezes menos frequente que o tumor de mama – o mais comum entre as mulheres e o segundo mais prevalente entre todos os cânceres –, mas mata proporcionalmente mais porque costuma ser identificado tardiamente. “Acreditamos que os cânceres em geral matam porque no momento do diagnóstico inicial já existem células tumorais espalhadas pelo corpo”, conta Hultborn em entrevista à Pesquisa FAPESP no fim de agosto. “Ao acoplar àum elemento radioativo a anticorpos específicos para um determinado tumor, nossa meta é encontrar e eliminar as células malignas onde quer que se encontrem.”
Em seu primeiro teste em seres humanos, esse anticorpo monoclonal, por ora conhecido como RebmAb200, deve funcionar prioritariamente como um meio de transporte. Será uma espécie de míssil microscópico autoguiado portando uma ogiva nuclear – nesse caso, o elemento químico astatínio – até as células a serem destruídas. Mas já se sabe que ele não age só assim. Experimentos com animais e com células humanas realizados no Brasil mostraram que esse anticorpo mata as células do tumor mesmo sem a carga radioativa. Ao se ligar às células do câncer, o anticorpo aciona linfócitos exterminadores, também chamados de natural killers, células do sistema de defesa que lançam um banho de substâncias tóxicas sobre o tumor (ver infográfico). Segundo Maria Carolina Tuma, diretora de pesquisa e desenvolvimento da Recepta, responsável pela coordenação do projeto de desenvolvimento do RebmAb200, resultados preliminares, obtidos por pesquisadores da empresa em modelos animais, sugerem que essa atividade se traduza na redução da taxa de crescimento tumoral.
O ensaio clínico a ser conduzido agora em Gotemburgo é mais um passo importante no longo processo de aprovação de um composto candidato a se tornar um medicamento. Depois de uma longa bateria de testes com células e tecidos humanos e de experimentos com roedores feitos no Brasil e na Suécia, é nessa primeira fase clínica que se avalia se o anticorpo é seguro para ser administrado em seres humanos como agente terapêutico. Também é nesse estágio que os possíveis efeitos colaterais indesejados começam a ser identificados. São medidas necessárias antes que se avance para as etapas seguintes de avaliação, com mais pacientes, e, caso tudo dê certo, para ser colocado no mercado. Se os resultados forem bons, Hultborn planeja realizar já em 2015 ou 2016 um estudo maior, com cerca de 100 mulheres, para avaliar a eficácia do procedimento.
Independentemente dos resultados clínicos, há motivos para comemorar. O desenvolvimento do RebmAb200 permitiu à Recepta dominar, do início ao fim, um dos muitos estágios complexos e trabalhosos da produção de anticorpos monoclonais: a obtenção de linhagens de células capazes de produzir em grande quantidade e com o mesmo padrão de qualidade e estabilidade anticorpos para serem usados em seres humanos – os chamados anticorpos humanizados, que apresentam menor risco de provocar reações alérgicas. Esse resultado, descrito em 2013 em um artigo da revista científica PLoS One, foi laureado em agosto deste ano, na categoria inovação tecnológica, com o Prêmio Octavio Frias de Oliveira, promovido pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e pelo grupo Folha, que publica o jornal Folha de S.Paulo.
“Dominar a geração de uma linhagem celular estável e eficiente que produz anticorpos monoclonais representa a superação de um gargalo tecnológico para o país”, afirma o oncologista Roger Chammas, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Icesp. Chammas e sua equipe participaram recentemente de uma das etapas de teste do RebmAb200. Usando outro material radiativo, o tecnécio 99, a bióloga Luciana Sousa Andrade analisou como o anticorpo se distribui pelo organismo depois de injetado na corrente sanguínea de roedores. “Observamos que ele se concentra nas células tumorais de ovário, mas não nas saudáveis”, conta a pesquisadora, à época integrante da equipe da Recepta.
infográfico
Considerado por alguns oncologistas um candidato a medicamento para tratar alguns tumores de ovário e também casos específicos de câncer de pulmão, de rim e de mama, o RebmAb200 é uma molécula inovadora, não se tratando de biossimilar de outra droga já existente.

“O desenvolvimento dessa molécula inovadora é um passo emblemático no campo dos produtos biológicos no país”, diz o economista Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. O Brasil domina há tempos a tecnologia da produção  de vacinas, mas ainda não conseguiu desenvolver um medicamento biológico (biofármaco) completamente inovador que chegasse ao estágio de ser comercializado. Segundo Gadelha, ampliar a capacidade de inovação tecnológica na produção de biofármacos e em toda a área da saúde é uma questão estratégica para o país. “A saúde é uma das três ou quatro áreas que vão determinar se o Brasil vai ser um ator que detém conhecimento estratégico no cenário econômico global ou se exercerá um papel subordinado”, diz.
Uma longa jornada
O fato de o RebmAb200 ter chegado à fase de testes clínicos já pode ser considerado um caso bem-sucedido de desenvolvimento biotecnológico. É resultado de um modelo de parceria pouco comum no país entre o setor público e o privado. Seu desenvolvimento envolveu a interação de equipes de instituições públicas de pesquisa consagradas, como o Instituto Butantan e a USP, com a equipe de uma empresa privada de base tecnológica, a Recepta Biopharma. A empresa, como agregadora de competências internas e de centros acadêmicos de excelência, coordenou os esforços para chegar a esse resultado. A compra de equipamentos e o trabalho desses grupos também receberam financiamento de duas fontes: a pública, por meio da FAPESP (aproximadamente R$ 3 milhões) e da Financiadora de Estudos e Projetos (R$ 6,2 milhões), e a privada, com investimentos da própria Recepta (R$ 5,8 milhões).

A longa jornada que levou à obtenção do anticorpo a ser testado na Suécia começou há quase 10 anos, quando o físico e engenheiro José Fernando Perez, ex-diretor científico da FAPESP, após deixar o comando da Fundação criou a Recepta com dois investidores privados, com o objetivo de desenvolver biofármacos inovadores. À frente da empresa, Perez colocou em prática sua habilidade de atuar como articulador, identificando profissionais de grande capacidade técnica e criando parcerias.
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Procurou a imunologista Ana Maria Moro, do Instituto Butantan, que trabalhava com anticorpos monoclonais e já havia produzido no instituto anticorpos murinos usados na clínica para reduzir o risco de rejeição aguda em transplantes renais. “Recebi um telefonema do Perez em fevereiro de 2005 pedindo para marcar uma reunião, se possível, para o mesmo dia”, lembra Ana Maria. “Em abril eu já estava em Nova York participando de reuniões no Ludwig.”

Ela ajudou Perez a analisar o portfólio de anticorpos murinos que já haviam sido obtidos pelo Instituto Ludwig para a Pesquisa sobre o Câncer (LICR). Com o biólogo Oswaldo Keith Okamoto e o oncologista Oren Smaletz, eles garimparam quatro anticorpos que pareciam ter maior potencial de se tornarem medicamentos oncológicos, para os quais a Recepta obteve a licença exclusiva internacional para pesquisar, desenvolver, realizar testes clínicos e, caso se torne um medicamento, comercializar (ver Pesquisa FAPESP nº 137). Em 2009, Maria Carolina Tuma, trazendo experiência de anticorpos em empresa norte-americana, assumiu a liderança do projeto, coordenando a pesquisa multidisciplinar e multi-institucional, o que, segundo ela, foi um grande desafio.
Apesar de os anticorpos murinos existirem há bastante tempo, não é fácil conseguir a versão humanizada. Obtidos a partir da injeção de células de tumores humanos em camundongos, os anticorpos murinos em geral não podem ser aplicados em um paciente mais do que uma vez. Por serem estranhos ao organismo humano, há o risco de ativarem uma resposta imunológica severa, que, nos casos extremos, pode levar à morte. Os avanços técnicos e tecnológicos que possibilitaram o desenvolvimento dos anticorpos humanizados são relativamente recentes, começaram há menos de 40 anos e só geraram o primeiro anticorpo monoclonal aprovado para o tratamento oncológico humano há cerca de 15 anos.
Os primeiros anticorpos foram descobertos no fim do século XIX pelo médico alemão Paul Ehrlich, que identificou uma propriedade que os caracteriza: a capacidade de se ligar a um alvo específico. Essa propriedade, que levou Ehrlich a chamá-los de “bala mágica”, viria a ser usada com sucesso para combater células tumorais.
Mas foram necessárias décadas de avanços e retrocessos para que se conseguisse produzir de forma controlada anticorpos capazes de combater tumores. Anticorpos são proteínas que células do sistema de defesa fabricam para neutralizar moléculas estranhas ao organismo. São muito maiores, complexas e mais difíceis de serem produzidas do que as moléculas de medicamentos, em geral feitas por síntese química. Para produzir anticorpos, é preciso usar células como biofábricas. E o anticorpo produzido por uma célula pode ser diferente do gerado por outra da mesma variedade. Difíceis de serem obtidas, as linhagens produtoras de anticorpos precisam ser capazes de se reproduzir indefinidamente – característica compartilhada com as células tumorais.
© INSTITUTO BUTANTAN
Quase idênticas: células produtoras de anticorpos, vistas ao microscópio
Quase idênticas: células produtoras de anticorpos, vistas ao microscópio
Nos anos 1970 dois imunologistas, o alemão Georges Köhler e o argentino César Milstein, criaram a primeira estratégia bem-sucedida de gerar biofábricas de anticorpos capazes de viver por muitas gerações ao fundir células tumorais murinas com células produtoras de anticorpos (linfócitos B) de roedores. Essa estratégia, que lhes valeu um Nobel, permitiu chegar a células geneticamente idênticas – os clones –, produtoras de grandes quantidades de anticorpos.
Mas eles nem sempre funcionavam como o esperado. Só uma década mais tarde os avanços da engenharia genética melhoraram a probabilidade de obter anticorpos que preservassem a afinidade desejada por células específicas e que não fossem reconhecidos como estranhos pelo sistema imune humano. “O desenvolvimento de anticorpos terapêuticos envolve conhecimento profundo da sorologia do câncer, de técnicas de engenharia de proteínas, de mecanismos de ação e resistência e da interação entre o sistema imune e as células do câncer”, escreveram Andrew Scott, Jedd Wolchok e Lloyd Old, pesquisadores do Ludwig, em uma revisão sobre a terapia do câncer com anticorpos, publicada em 2012 na Nature Reviews Cancer.
O primeiro anticorpo monoclonal a se tornar um medicamento para tratar cânceres humanos foi o rituximabe, usado contra algumas formas de cânceres do sangue – linfoma e leucemia – por se ligar a uma proteína encontrada em grandes quantidades na superfície de células de defesa chamadas linfócitos B, que se multiplicam ininterruptamente. A agência de controle de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, aprovou seu uso em seres humanos em 1997. Desde então, pouco mais de uma dúzia de anticorpos monoclonais receberam sinal verde da FDA para serem utilizados contra o câncer.
São medicamentos caros, que no Brasil costumam ser pagos pelo sistema público de saúde. O preço de uma dose de um anticorpo monoclonal varia de cerca de US$ 1 mil, no caso dos mais antigos, a US$ 26 mil, cobrados pelos de gerações recentes. Seu uso em geral se justifica por desempenharem uma ação mais específica sobre as células tumorais do que os demais medicamentos, os chamados quimioterápicos, que em geral eliminam tanto as células de câncer quanto as saudáveis, causando efeitos colaterais severos.
O desempenho terapêutico desses anticorpos contra grupos específicos de tumores – além de, claro, seus custos – justifica o esforço brasileiro para dominar ao menos parte de sua produção, ainda que com pouco mais de uma década de atraso em relação aos países mais ricos e tecnologicamente mais desenvolvidos.
© LÉO RAMOS
Porta-clones: recipientes de cultivo das células produtoras de anticorpos monoclonais
Porta-clones: recipientes de cultivo das células produtoras de anticorpos monoclonais
União de competências
Com a transferência de direito desses anticorpos para a Recepta, Perez estabeleceu colaboração com Ana Maria, via acordo com a Fundação Butantan, para desenvolver uma linhagem de células que produzisse a versão humanizada do anticorpo agora conhecido como RebmAb200. A versão murina desse anticorpo, chamada MX35, havia sido obtida por pesquisadores do Ludwig na década de 1980. O próprio Ludwig enviou as informações, obtidas por meio de modelagem computacional, necessárias para humanizar o anticorpo, que deveria reunir duas características: manter a afinidade por células de tumor de ovário típica da versão murina e a compatibilidade com os anticorpos humanos, reduzindo o risco de reações alérgicas. “A primeira característica pode ser avaliada em ensaios no laboratório, já a segunda só é conhecida após testes em seres humanos”, conta Ana Maria, coordenadora do Laboratório de Anticorpos Monoclonais do Butantan,

Nesse laboratório, a farmacêutica Lilian Tsuruta, à época da equipe da Recepta, tinha uma missão aparentemente simples para humanizar os anticorpos. A partir da sequência, desenhou os genes e encomendou a síntese para a empresa alemã Geneart. Os dois genes sintéticos continham a receita da versão humanizada do anticorpo, molécula em forma de letra Y que reconhece – e se liga a – proteínas específicas abundantes na superfície das células tumorais. O trabalho de Lilian era recortar esses genes do molde enviado pela Geneart e colá-los em um arcabouço de DNA que pudesse ser incorporado e expresso pelas células escolhidas para produzir os anticorpos. “Foram quase seis meses de trabalho em laboratório, com tentativas e erros, até encontrar a situação ótima”, conta Lilian.
A etapa seguinte, que coube à bióloga Mariana Lopes dos Santos, à época pesquisadora da Recepta trabalhando na equipe de Ana Maria, era fazer essa fita de DNA chegar ao núcleo das tais células. Foi selecionada uma linhagem de células humanas, que preservam a capacidade de se reproduzir por muitas e muitas gerações. É um procedimento longo e lento, que, além de muita destreza, exige certa dose de sorte. Mariana colocava em recipientes de apenas 1 centímetro cúbico, menor do que um dado de jogo de tabuleiro, uma mistura contendo dezenas de milhares de células e milhões de cópias dos genes do anticorpo. Em seguida, dava uma leve descarga elétrica e aguardava quase uma semana para descobrir se haviam sido incorporadas ao material genético das células. É um processo que depende do acaso e tem baixa eficiência.
“Quando tudo dá certo, só cerca de 30% das células incorporam os genes”, explica Mariana, hoje contratada pelo Butantan e primeira autora do artigo da PLoS One. Em muitos casos, os genes não se integram de forma correta ao material genético das células, que, assim, não conseguem produzir o anticorpo. Em geral o que se deseja é selecionar umas pouquíssimas células que incorporam muitas cópias do gene. Quando as identifica, Mariana as separa em recipientes isolados. Cada uma é um clone, que vai se multiplicar por muitas gerações, enquanto os pesquisadores avaliam, por meio de uma série de testes, sua capacidade de produzir anticorpos eficientes, em quantidade elevada e de modo constante.
Dos 210 clones que Mariana conseguiu, menos de uma dúzia se mostrou bastante eficiente, capaz de produzir anticorpos contra as células tumorais. O mais eficaz de todos foi o clone número 105, curiosamente gerado por ela na segunda-feira 7 de setembro de 2009, dia de comemoração da Independência, quando, apesar de feriado, ela estava no laboratório. À medida que eram gerados e purificados, os anticorpos começavam a passar por testes in vitro para ver se preservavam a capacidade de se ligarem apenas às células tumorais e matá-las.
Visão estratégica
Enquanto se dominava a etapa de produção dos clones no Butantan, o patologista Venancio Ferreira Alves e sua equipe trabalhavam na Faculdade de Medicina da USP para ajudar a definir contra quais tipos de câncer os anticorpos licenciados pelo Ludwig poderiam funcionar. Contratado pela Recepta via Fundação Faculdade de Medicina, o grupo de Alves criou um biobanco com amostras normais e de tumores de 33 órgãos extraídos de mais de 2 mil pacientes – e dispostos em 347 microarranjos que permitem testar até 200 amostras por vez. Esses dados, parcialmente publicados em 2012 na revista Applied Immunohistochemistry and Molecular Morphology, ajudam a garantir a robustez das indicações de uso clínico dos anticorpos.

Testes feitos com o anticorpo murino, o MX35, e sua versão humanizada obtida por pesquisadores da Recepta no Butantan, o RebmAb200, confirmaram que ambos têm alta afinidade por células de tumor de ovário. Alves testou esses anticorpos em amostras obtidas de 38 tumores de ovário. Em 30 delas (cerca de 80%), mais da metade das células expressavam quantidades elevadas da proteína que é reconhecida pelo anticorpo. “Caso o RebmAb200 se mostre seguro e eficaz nos testes clínicos, pode se tornar mais fácil obter seu registro internacional como droga para tratamento de um tumor órfão”, conta Alves. Atualmente não há anticorpos monoclonais aprovados para o uso contra tumores de ovário, uma forma menos frequente de câncer, que desperta menos interesse das empresas farmacêuticas. Resultados ainda não publicados obtidos pelos pesquisadores da Recepta com a equipe de Alves indicam potencial para uso do RebmAb200 em um subgrupo de pacientes de câncer de mama, que atualmente não dispõe de alternativa terapêutica eficaz.
Esses 10 anos de trabalho articulado permitiram dominar uma das etapas da produção dos anticorpos monoclonais, mas ainda há gargalos a superar, caso se opte por desenvolver uma política de Estado para que o Brasil deixe de ser apenas importador de tecnologia. Por exemplo, para a produção de anticorpos monoclonais é preciso recorrer ao exterior. Por essa razão, Perez decidiu contratar uma empresa na Holanda para fabricar em escala-piloto um lote de RebmAb200 e outra empresa, também no exterior, para envasá-la.
“Ainda não existem as condições necessárias para produzi-lo no Brasil”, afirma Perez, presidente da Recepta, que recentemente firmou parceria com o Ludwig, a empresa suíça 4 Antibody AG e o laboratório farmacêutico brasileiro Cristália para testar dois anticorpos monoclonais de segunda geração, que agem de modo diferente do RebmAb200. Do ponto de vista empresarial, talvez não exista a necessidade de dominar todos os estágios tecnológicos de produção dos anticorpos. “No mundo atual, não há como manter a visão de que se tem de desenvolver toda a cadeia de produção num único país, até mesmo empresas de países desenvolvidos, como os Estados Unidos, mandam fabricar muitos de seus produtos na China.” Do ponto de vista estratégico, porém, pode ser necessário superar esse desafio. “Saber fazer biotecnologia exige uma política de Estado, a ser desenvolvida ao longo de décadas”, afirma Gadelha, do Ministério da Saúde. “Nas áreas de saúde, energia, agropecuária e defesa é preciso um grande esforço do Estado para o Brasil quebrar o bloqueio e se tornar um playerinternacional. Ou o Brasil se torna capaz de absorver e desenvolver tecnologia ou não se torna capaz de expandir o acesso à saúde”, diz Gadelha.
Nos últimos dois anos, com suporte de um programa nacional – as parcerias para o desenvolvimento produtivo (PDPs) –, o governo federal vem estimulando o setor farmacêutico a entrar na fase de inovação incremental. Em parceria com instituições de pesquisa brasileiras, as farmacêuticas nacionais já fecharam alguns acordos com empresas estrangeiras para trazer para o país tecnologias de produção de 14 biofármacos (vacinas, hemoderivados e anticorpos monoclonais contra câncer e doenças autoimunes) disponíveis no mercado.
Ao estimular a internalização da tecnologia de produção desses compostos, o ministério pretende diminuir os gastos do sistema público de saúde. Há razões de sobra para isso. Afinal, os biofármacos somam apenas 4% do volume de medicamentos adquiridos pelo Ministério da Saúde, mas consomem 51% do orçamento de compras. “De 2012 para cá, já foram fechadas 27 parcerias para produzir 14 biofármacos de última geração no Brasil”, diz Gadelha. “Agora há a capacidade e a necessidade de o país entrar na era de inovação radical”, afirma. O anticorpo da Recepta que está pronto para ser testado na Suécia parece ser um passo nesse sentido.
“O desenvolvimento do RebmAb200 mostra como um projeto de inovação conduzido por uma empresa pode catalisar e articular atividade de pesquisa translacional na fronteira do conhecimento científico conduzida de forma colaborativa entre instituições acadêmicas de excelência”, diz Perez.
Projetos
1. Linhagens celulares de alta produtividade e estabilidade de anticorpos monoclonais humanizados para a terapia de câncer (nº 05/60816-8); Modalidade Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (Pite); Coordenadora Ana Maria Moro (Instituto Butantan); Investimento R$ 377.708,00 e US$ 810.616,85 (FAPESP) R$ 1.793.198,00 (Recepta).
2. Anticorpos monoclonais para tratamento de câncer: desenvolvimento e ensaios clínicos (nº 01.06.0759); Modalidade Ação transversal – Cooperação ICTs – Empresas – Inovação em produtos terapêuticos e diagnósticos; Coordenadora Ana Maria Moro (Instituto Butantan). Investimento R$ 6.197.136,62 (Finep) e R$ 4.006.802.00 (Recepta).

Artigo científico

FONTE: Revista Fapesp on line edição 223
Ricardo Zorzetto