Colaboradores

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Jogos da reabilitação


© UFSCAR
Movimento das mãos controla personagem na tela e estimula a atividade motora
Movimento das mãos controla personagem na tela e estimula a atividade motora
Para estimular a atividade motora e cognitiva de pessoas com lesões na medula ou no cérebro, pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram aplicativos (programas) para computadores que reconhecem os gestos humanos e possibilitam a interação com jogos e plataformas já conhecidos como Xadrez, Pacman e Google Street View. A ideia é proporcionar, sem o uso de teclado emouse, uma interação com ambientes virtuais de forma lúdica e fisicamente ativa. De acordo com o pesquisador Alexandre Fonseca Brandão, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec), da UFSCar, a utilização dos aplicativos colabora também com o combate ao sedentarismo ao provocar uma mudança na interação com os jogos tradicionais. Um exemplo é o aplicativo denominado GestureChair desenvolvido com base em uma versão do jogo Pacman. “O usuário controla o personagem com movimentos manuais rápidos, denominados swipe (para cima, baixo, direita ou esquerda)”, explica Brandão. Para isso, o computador deve estar equipado com um sensor de movimento.“O tratamento de reabilitação facilita e estimula o paciente a reaprender a controlar suas funções lesadas e a obter maior independência, tornando-o capaz de melhorar sua qualidade de vida”, diz. “O GestureChair é direcionado para portadores de paraplegia que compromete a função do tronco e dos membros inferiores, mas não afeta os superiores.”
Fonte: Revista Fapesp on line - edição 213 - novembro de 2013

A geografia do infarto


© DANIEL BUENO
A taxa de mortalidade de pessoas com mais de 20 anos de idade por cardiopatia isquêmica, como infarto do miocárdio, que havia caído no Brasil durante a segunda metade do século passado, parou de decrescer e atingiu uma aparente estabilidade entre o ano 2000 e 2010. A constatação faz parte de um estudo liderado por Cristina Baena, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que analisou o número absoluto de mortes registradas oficialmente no Brasil por essa causa e a comparou com informações demográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas essa alteração não é a mais significativa revelada pelo estudo, publicado eletronicamente no dia 25 de julho na revista Heart, em colaboração com outros pesquisadores da PUCPR, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e da Universidade de Roterdã, na Holanda. Os registros do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde indicam que nas regiões Sul e Sudeste o número de pessoas que morreram em consequência de cardiopatia diminuiu entre 2000 e 2010, mas o contrário se verificou no Norte e no Nordeste. De acordo com Cristina, a diferença não se deve à imprecisão de registros nas áreas mais pobres. “Em nossos métodos fizemos a análise ajustada para as subnotificações”, explica. As distintas taxas de mortalidade por cardiopatia refletem as disparidades socioeconômicas que separam o Norte e o Sul do Brasil em razão dos índices de desenvolvimento humano, taxas de alfabetização e estruturas de atendimento à saúde. Se as tendências se mantiverem, o estudo alerta, essa divergência se agravará até 2015. Segundo os autores, é hora de prestar atenção nessa variação regional para traçar políticas públicas que atendam às necessidades específicas das diferentes áreas do país na busca por combater as doenças cardiovasculares.

Fonte: Revista Fapesp on line - edição 213 - novembro/2013


sábado, 23 de novembro de 2013

ENADE

Olá,

Queridos alunos da XI Turma - Biomedicina Metodista!
Boa sorte amanhã no ENADE!!!!!

"O êxito começa no exato momento em que o homem decide o que quer e começa a trabalhar para consegui-lo"



quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Gatilho desregulado: Alterações em sensor de nutrientes no cérebro pode desencadear distúrbios metabólicos na vida adulta

A notícia é conhecida: a baixa ingestão de proteínas durante o desenvolvimento do feto no útero e logo após o nascimento pode levar a distúrbios metabólicos na vida adulta, como obesidade, tolerância à insulina e hiperfagia — aumento exagerado do apetite. Agora, um grupo internacional de pesquisadores, entre eles brasileiros da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), pode estar mais próximo de compreender os mecanismos biológicos básicos que causam este fenômeno: num estudo com modelos animais, a equipe verificou que a baixa ingestão de proteínas por ratos na fase intrauterina e, logo em seguida, durante os primeiros dias de amamentação, pode desencadear alterações no funcionamento de um importante sensor nutricional responsável pelo controle do comportamento alimentar em uma região do cérebro conhecida como hipotálamo. Essas alterações podem comprometer a capacidade do cérebro de identificar o status nutricional do organismo durante a alimentação, tornando-o incapaz de indicar com precisão quando é hora de parar de comer.
Imagens de marcações no hipotálamo por imunohistoquímica. Ratos nascidos de fêmeas alimentadas com pouca proteína, mas que podiam comer livremente, exibiram uma redução da atividade do mTOR em dois núcleos cerebrais, arqueado e ventromedial, responsáveis pelo comportamento alimentar
Em seguida a uma refeição, quando aumenta a concentração de nutrientes no organismo, esse sensor — uma proteína conhecida como mTOR — é ativado pelo cérebro. Uma vez acionado, ele passa a agir no controle do comportamento alimentar e na homeostase energética, o sistema de regulagem química do organismo. Assim, induz o organismo a diminuir a ingestão de alimentos. “O mTOR é um indicador de que há energia disponível no corpo. Quanto maior for a ingestão alimentar, maior será sua ativação”, explica Raquel da Silva Aragão, professora do Departamento de Nutrição da UFPE e uma das autoras do artigo, cujos resultados foram publicado em setembro na revista PLoS One.
Os pesquisadores já haviam observado vias moleculares alteradas nos animais nascidos de mães com dieta restrita em proteína durante a gestação e a amamentação. Entre elas, uma via específica responsável pela ativação da mTOR. “Concluímos, assim, que esse sensor poderia desempenhar um papel chave no desenvolvimento de distúrbios metabólicos devido a um ambiente desfavorável antes e depois do parto”, conta.
Para testar a hipótese, os pesquisadores submeteram ratas grávidas a dois tipos de dietas, um com uma quantidade adequada de proteína e outro com uma dieta mais restrita em proteína. Após o nascimento, os filhotes continuaram sendo amamentados por 21 dias. Dessa forma, os filhotes do grupo em que as mães tinham dieta restrita em proteína também estavam sujeitos à restrição pelo leite.
Em seguida, aos 4 meses de vida, os pesquisadores dividiram os filhotes em subgrupos: os que tinham acesso irrestrito à comida, os que ficaram em jejum por 48 horas e os que ficaram em jejum também por 48 horas, mas, 3 horas antes de serem sacrificados, tiveram acesso a ração. Essas diferenças foram usadas como ferramenta para modificar o status nutricional dos ratos antes de serem sacrificados.
Ao medirem os níveis de ativação da mTOR na região do hipotálamo, os pesquisadores notaram que os ratos nascidos de fêmeas alimentadas com pouca proteína, mas que podiam comer livremente, exibiram uma redução da atividade do sensor em dois núcleos cerebrais: o arqueado e o ventromedial. O primeiro é o centro do controle do comportamento alimentar, no qual se concentra uma grande quantidade de neurônios responsáveis pela regulação da ingestão, entre eles os neurônios da fome, conhecidos como AgRP, e os da saciedade, Pomc (ver Pesquisa FAPESP nº 212). Já o segundo é a região que induz sensações de saciedade e que, desregulado, pode levar o indivíduo ao apetite excessivo.
Os pesquisadores também observaram que a resposta ao jejum estava alterada nos filhos das ratas que receberam dieta restrita em proteína. “Esses animais foram incapazes de alterar o nível de ativação da mTOR nos núcleos arqueado e ventromedial em resposta ao jejum”, conta Raquel.
Os resultados sugerem que a restrição à proteína materna durante o período da gestação e amamentação é capaz de alterar, nos filhotes, a detecção do statusnutricional do organismo pelo hipotálamo, já que houve um prejuízo na ativação da mTOR em resposta ao desafio nutricional (jejum) imposto aos ratos. O que é mais grave, esse efeito se estende à vida adulta. “Isso sugere que a alteração nos sensores nutricionais pode ser um mecanismo que liga o ambiente fetal e neonatal pobre em nutrientes com o aparecimento, na vida adulta, da síndrome metabólica”, diz a pesquisadora.
Artigo científico

Fonte: Revista Fapesp - edição online 11/2013
Por: Rodrigo de Oliveira Andrade
Imagem: Omar Gusman Quevedo 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

20 de Novembro - Dia do Biomédico!

Parabéns estudantes de Biomedicina e Biomédicos, em especial aos da Universidade Metodista de São Paulo!!!!!




quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Quando comer aumenta a fome: Dieta rica em gorduras reduz a saciedade


© MECALEHA/GETTY IMAGES
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Em cadeias de lanchonetes é comum ver anúncios de refeições com tamanhos avantajados. Hambúrgueres duplos acompanhados de porções grandes de batatas fritas e um balde de refrigerante para completar. Mas essa montanha de calorias, muitas vezes bem superior à recomendada para uma refeição, nem sempre aplaca a fome. É que quanto mais rica em gordura é a comida, mais se quer comer. Para quem esperaria o contrário, que esses alimentos mais pesados e difíceis de digerir deveriam saciar mais facilmente, agora há explicação. “A dieta hiperlipídica torna mais ativos os neurônios que induzem a fome”, explica o bioquímico gaúcho Marcelo Dietrich, pesquisador na Faculdade de Medicina da Universidade Yale, nos Estados Unidos.
Ele chegou a essa conclusão recentemente estudando a ação de dois grupos de neurônios – um que induz a fome e outro a saciedade –, ambos localizados em uma região na base do cérebro chamada hipotálamo. Em experimentos com camundongos, Dietrich verificou que o consumo de muita gordura desregula esse mecanismo essencial à sobrevivência. Alimentando os roedores com diferentes tipos de dieta, ele constatou que o excesso de gordura aumenta a atividade dos neurônios da fome, conhecidos pela sigla AgRP, ao mesmo tempo que reduz o funcionamento dos neurônios da saciedade, os Pomc. Esse desequilíbrio surge em consequência de mudanças nas mitocôndrias, as organelas que produzem energia nos neurônios, demonstrou o pesquisador em estudo publicado em setembro na Cell. Mais do que revelar de onde vem a voracidade ligada ao consumo de comidas gordurosas, esses resultados indicam que deve ser difícil desenvolver medicamentos contra obesidade baseados na modulação desses dois tipos de neurônio. Isso porque uma mesma proteína induz alterações distintas nas mitocôndrias dessas células.
Fome implacável
O foco dos estudos de Dietrich, que também é associado ao Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde trabalha com o bioquímico Diogo Souza, são os neurônios AgRP, que quando ativados despertam o apetite. “É um mecanismo essencial à vida”, diz o pesquisador. “Mesmo durante o jejum, quando a energia é escassa e o metabolismo de muitas células diminui, uma parte desses neurônios permanece consumindo energia para garantir o impulso de buscar alimento”, explica. Num experimento com camundongos realizado no laboratório de Tamas Horvath, diretor do Programa de Sinalização Celular Integrativa e Neurobiologia do Metabolismo, de Yale, Dietrich e seus colegas investigaram o que acontecia quando os roedores ganhavam ração reforçada em gordura (lipídios). Eles observaram que, depois da refeição, a proporção desses neurônios ainda ativa no cérebro dos camundongos que consumiram gordura era maior do que no dos camundongos em dieta normal. Esse resultado foi o oposto do esperado, uma vez que o primeiro grupo de animais havia consumido mais energia.
Os pesquisadores mostraram que essa ativação anormal ocorre porque as mitocôndrias, produtoras da energia das células, o trifosfato de adenosina (ATP), se fundem. Maiores e menos abundantes, as mitocôndrias geram mais ATP e turbinam a atividade dos neurônios AgRP, aumentando a fome e o acúmulo de gordura. O resultado são camundongos bem acima do peso habitual.
“A fusão das mitocôndrias causada pela dieta rica em gordura é uma novidade”, relata Dietrich. Na situação oposta, quando o organismo está em jejum prolongado, as mitocôndrias se dividem. Menores e mais abundantes, elas são menos eficientes na produção de ATP. Ele comprovou esse efeito das gorduras sobre as mitocôndrias ao tratar com ração hiperlipídica camundongos geneticamente modificados para não produzir duas proteínas, a mitofusina 1 e a mitofusina 2, responsáveis pela união dessas organelas. Ao bloquear a fusão das mitocôndrias – elas permanecem com o tamanho normal –, uma proporção maior de neurônios da fome permaneceu em repouso e os camundongos não engordaram.
Insaciáveis
Os resultados de Dietrich ganham mais importância quando vistos em conjunto com os de outro artigo publicado na mesma edição da Cell. Nesse segundo trabalho, que contou com a participação de Dietrich e Horvath, os pesquisadores Marc Schneeberger e Marc Claret, do Instituto de Investigações Biomédicas August Pi i Sunyer, em Barcelona, Espanha, indentificaram em camundongos outra relação entre a dieta e a função dos neurônios responsáveis pela saciedade, os Pomc. A ausência da mitofusina 2, cuja produção cai quando os roedores são alimentados com ração rica em lipídios, praticamente sabota essas células cerebrais. “Eles se tornam menos ativos”, conta Dietrich. “Como os neurônios Pomc promovem a saciedade, sua inativação rompe o equilíbrio e só os neurônios da fome ficam com atividade alta.” Com o apetite desenfreado, os camundongos se tornam extremamente obesos.
© ANA PAULA CAMPOS; ILUSTRAÇÃO ALEXANDRE AFFONSO
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O problema por trás do mau funcionamento dos Pomc novamente está nas mitocôndrias, que, desta vez, se tornam maiores e disformes. Sem a mitofusina 2, as mitocôndrias, além de deformadas, se descolam do retículo endoplasmático, organela que participa da síntese de proteínas. “Acreditamos que as mitocôndrias usem o cálcio e os lipídios armazenados no retículo para a geração de energia”, explica Dietrich. Quando esse fluxo é interrompido, ambas ficam prejudicadas e funcionam mal. Nesse contexto, as mitocôndrias passam a liberar espécies reativas de oxigênio, moléculas que causam desequilíbrios bioquímicos no organismo. Nessa situação as mitocôndrias deixam de produzir o ATP necessário à função dos neurônios Pomc, que, inativos, param de responder à leptina, o hormônio responsável por sinalizar que o organismo está alimentado. A saciedade não vem e os camundongos glutões ficam eficientes em acumular gordura.
Pílulas emagrecedoras
Para Dietrich, a importância desses dois estudos é mostrar que uma mesma molécula pode gerar efeitos muito distintos conforme a célula em que atuam. Mesmo em grupos de células vizinhas na mesma região do cérebro, como é o caso das AgRP e das Pomc, a mitofusina 2 atua de maneira completamente diferente: nas AgRP ela contribui para a fusão das mitocôndrias, enquanto nas Pomc auxilia a adesão das mitocôndrias ao retículo endoplasmático.
Uma consequência mais geral dessa observação, segundo o pesquisador, é que não será simples obter um composto único que atue sobre as vias de sinalização da fome e da saciedade para tratar a obesidade, hoje uma epidemia que atinge 17% dos brasileiros com mais de 20 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Num país em que há abundância de alimentos gordurosos e no qual as refeições pouco saudáveis em lanchonetes são uma solução comum para a correria cotidiana, os resultados de Dietrich e colegas adquirem tom de urgência. “O reflexo da fome é um dos mais básicos para a sobrevivência, não é possível suprimi-lo sem pôr a própria vida em risco”, diz o pesquisador.
Por isso, em sua visão, é tão difícil desenvolver medicamentos contra a obesidade que não tenham efeitos colaterais graves, como ele e Horvath indicaram num artigo de revisão publicado em 2012 na Nature Reviews Drug Discovery.
Mas essa dificuldade não impede que a busca continue. Ao contrário, a estimula. Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o grupo do biólogo molecular João Bosco Pesquero acaba de firmar um acordo de cooperação internacional com colegas do Max Delbrück Center for Molecular Medicine, na Alemanha (ver Pesquisa FAPESP nº 211). O objetivo é acelerar a busca por um medicamento eficaz e seguro contra a obesidade que atue nos neurônios da saciedade.
Em artigo publicado em julho deste ano na Biological Chemistry, o grupo de Pesquero testou camundongos que não produzem os receptores B1 para cinina, envolvidos na ação da leptina. Nesses animais, os pesquisadores verificaram um aumento na atividade dos neurônios da saciedade. “Esses roedores têm um metabolismo diferente, são protegidos da obesidade mesmo consumindo uma dieta gordurosa”, conta Vicencia Sales, doutoranda no grupo de Pesquero e coautora do artigo.
Os grupos da Unifesp e da Alemanha, em parceria com colaboradores de Toulouse, na França, apostam no avanço de um composto em fase de testes experimentais que bloqueia os receptores B1 de cinina. Assim, eles esperam aumentar a sensibilidade dos animais à leptina e saciar a fome. Mas, para que se torne um medicamento viável, entre outras alterações, ainda seria necessário torná-lo mais estável e capaz de atravessar a barreira hematoencefálica para chegar ao cérebro. Isso só valerá a pena, no entanto, caso ele se comprove seguro e eficaz. A droga não parece ser prejudicial para os camundongos, nos quais tem sido testada antes de poder ser aplicada a seres humanos. “Claro que sempre há a preocupação sobre como outros neurônios podem responder a esse composto”, conta Vicencia, que pretende dedicar o resto de seu doutorado a entender o que o fármaco faz no organismo como um todo.
Os resultados de Dietrich evidenciam, para ela, a importância de olhar com mais cautela o que acontece com as mitocôndrias em seu modelo de pesquisa. “É um trabalho muito difícil”, conta. Afinal, é preciso isolar neurônios de um cérebro que já é pequeno como o do camundongo, com cerca de 2 centímetros, para inferir a atividade elétrica e a produção de ATP. “O hipotálamo desses roedores tem mais ou menos 0,3 milímetro e é um pouco maior que um grãozinho de areia”, avalia. Isolar essas células exige uma técnica que o grupo de Yale domina e que fez a diferença no trabalho de Dietrich. A trama de neurônios que envolve mecanismos complexos e fundamentais como a necessidade de se alimentar certamente só pode ser desvendada com a soma de conhecimentos, ideias e especialidades de múltiplos grupos. De preferência, trabalhando em conjunto.
Artigos científicos
DIETRICH, M. O. et al. Mitochondrial dynamics controlled by mitofusins regulate AgRP neuronal activity and diet-induced obesity. Cell. v. 155, n. 1, p. 188-99. 26 set. 2013.
SCHNEEBERGER, M. et al. Mitofusin 2 in Pomc neurons connects ER stress with leptin resistance and energy imbalance. Cell. v. 155, n. 1, p. 172-87. 26 set. 2013.
TORRES, H. A. M. et al. Kinin B1 receptor gene ablation affects hypothalamic CART production. Biological Chemistry. v. 394, n. 7, p. 901-8. jul. 2013.

Fonte: Revista Fapesp - edição 212
Por: MARIA GUIMARÃES e RICARDO ZORZETTO 

Em um verme, as travas do envelhecimento: Fármaco melhora o funcionamento celular em C. elegans


© LÉO RAMOS
Vermes à mão: luta contínua para ampliar a expectativa de vida
Vermes à mão: luta contínua para ampliar a expectativa de vida
Todo dia, na hora do almoço e no final da tarde, em um dos laboratórios do sétimo andar de um prédio antigo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o estudante de medicina Vitor Neves Sato examina sob o microscópio os movimentos de vermes transparentes conhecidos como Caenorhabditis elegans, que chegam a no máximo 1 milímetro de comprimento e deslizam sem parar com explícita elegância, como minúsculas cobras, sobre a placa de Petri. Seu interesse é observar os efeitos de um antibiótico sobre a expectativa de vida desse organismo, que começou a ser usado em laboratório há exatos 50 anos e permitiu uma série de descobertas importantes. Foi no C. elegans que os biólogos identificaram os primeiros genes associados ao envelhecimento e o mecanismo da morte celular programada, essencial para o desenvolvimento de qualquer ser vivo.
Sato tem visto que os vermes que cresceram no meio de cultura com antibiótico, em comparação com os que não receberam, viveram de 9% a 19% mais – ou até 10 dias extras, tempo considerável para um ser que raramente vive mais de um mês. O fármaco deve prolongar a vida do verme não por matar bactérias – das quais, por sinal, ele se alimenta –, mas por aumentar a produção e a ação da enzima Dicer e de pequenas moléculas conhecidas como microRNAs. Identificados pela primeira vez em 1993 em C. elegans, os microRNAs são um tipo de ácido ribonucleico (RNA), que, neste caso, adere a outro tipo de RNA, o mensageiro, e contribui para reduzir a produção de proteínas. Em resposta a esse bloqueio, segundo Marcelo Mori, professor da Unifesp que coordena o trabalho, as células devem otimizar a produção de energia, evitando desperdícios e a formação de resíduos, cujo excesso pode danificar o DNA e acelerar o desenvolvimento de doenças associadas ao envelhecimento e a doenças como o câncer.
© LÉO RAMOS
Uma comunidade de C. elegans: vida média de um mês
Uma comunidade de C. elegans: vida média de um mês
Desse modo, o antibiótico, cujo nome Mori mantém em sigilo, simula o efeito da restrição calórica, uma forma reconhecida de viver mais, embora em si seja impraticável para os seres humanos, porque implicaria comer 30% a 40% menos “até a morte”, ele ressalta. Outra forma de obter esse efeito é bloquear a ação do gene mTOR, associado à síntese de proteínas. Em um estudo publicado em agosto na Cell Reports, pesquisadores dos Estados Unidos estenderam a expectativa de vida de camundongos em cerca de 20%, o equivalente a ampliar a vida de uma pessoa em 16 anos, reduzindo a atividade do gene mTOR. Curiosamente, nesse experimento, a longevidade não foi a mesma nos diferentes tecidos e órgãos. Os animais ganharam em retenção de memória, coordenação motora e força muscular à medida que envelheciam, mas seus ossos se deterioravam mais rapidamente que o normal, além de se mostrarem mais suscetíveis a infecções.
Ivan José Vechetti Junior, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, trabalha ao mesmo tempo com microRNAs, mTOR e um dos efeitos do envelhecimento, a perda de massa muscular. Nos experimentos que fez de janeiro a maio deste ano na Universidade de Kentucky, Estados Unidos, ele verificou que a produção de um tipo de microRNA, o microRNA1, caiu à metade nos camundongos com hipertrofia muscular nas patas, causada pela retirada de parte dos músculos. Em cultura de células, porém, o microRNA1 agiu de modo inesperado. “O microRNA1 regulou o gene mTOR de modo sutil, não aumentando sua expressão, como esperávamos, mas prolongando sua ação”, diz ele.
Em seu doutorado, sob a orientação de Maeli Dal Pai, Vechetti Junior está examinando a expressão de microRNAs na regeneração muscular de ratos idosos submetidos a atrofia muscular por meio de imobilização. Se o trabalho correr bem, ele espera encontrar novas estratégias para atenuar ou bloquear a perda muscular associada ao envelhecimento, indicando, por exemplo, como deve funcionar a recuperação muscular de pessoas idosas que sofreram uma queda, por exemplo, e passaram certo tempo imobilizadas. “Quais os limites da recuperação muscular? O quanto os exercícios físicos realmente ajudam nessa recuperação?”, ele se pergunta.
Efeito Quasímodo
Os estudos em andamento na Unifesp indicam outro efeito da intensificação da produção de microRNAs: a diluição de agregados do aminoácido glutamina. Segundo Mori, o envelhecimento e algumas enfermidades, como a doença de Huntington, distúrbio neurológico de origem genética, estão associados à formação de aglomerados proteicos ricos em glutamina. Para mostrar que poderia estar no caminho de uma solução para esse problema, Mori mostra os C. elegans que cresceram no meio de cultura enriquecida com antibiótico – e acompanhados, desta vez, pela estudante de biomedicina Ana Forti Pinca. Sob o microscópio, os minúsculos vermes exibem vários pontos verdes espalhados pelo corpo – são as poliglutaminas ligadas a uma proteína fluorescente verde, que facilita a identificação das moléculas que se quer estudar – e se movem sem parar. Em outra placa de Petri, nos vermes que não passaram pelo banho de antibiótico, as esferas verdes são menores, mas aparentemente mais insolúveis e parecem prejudicar o movimento como a corcunda do Quasímodo, personagem do livro O corcunda de Notre-Dame.
© ANA PAULA FORTI PINCA/UNIFESP
Os vermes verdes: as proteínas fluorescentes tendem a se agregar, reduzindo a vitalidade
Os vermes verdes: as proteínas fluorescentes tendem a se agregar, reduzindo a vitalidade
Mori verificou inicialmente em camundongos, durante seu pós-doutoramento na Universidade Harvard, Estados Unidos, que uma das principais fontes de microRNAs é o tecido adiposo, formado pelas células de gordura, que nos seres humanos em geral se concentra sob a pele e na região abdominal. Seu trabalho indica que as células de gordura exercem um papel ativo no controle do peso e do metabolismo, em vez de apenas exibirem as consequências da gula ou do sedentarismo (ver reportagem). “O tecido adiposo serve como termostato nutricional”, diz ele. “É o primeiro a responder em caso de restrição alimentar, gastando as reservas de energia e sinalizando para as células dos músculos e de outros tecidos que é hora de ser mais eficiente.”
Já se sabia que as células de gordura, produzindo o hormônio leptina, podem inibir o apetite e estimular o metabolismo celular, resultando em perda de peso. Segundo Mori, a sinalização leptina está, por sua vez, associada ao envelhecimento e ao aparecimento de doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. O trabalho de Mori descreve uma ação oposta, desacelerando a atividade celular por meio de microRNAs. Em Harvard, Mori mediu a quantidade de microRNAs do tecido adiposo de diferentes tecidos em camundongos mais jovens ou mais idosos. Com o envelhecimento, ele observou, havia uma redução na quantidade de microRNA do tecido adiposo, mas a restrição calórica revertia esse quadro, mantendo os níveis da enzima Dicer e dos microRNAs.
A associação, logo depois confirmada em C. elegans, parecia direta: os animais com os níveis mais altos de Dicer e microRNAs viviam mais, e os com menos morriam antes. “A Dicer está superexpressa em restrição calórica e aumenta a resistência ao estresse oxidativo, que é prejudicial para as células”, ele observou. Do mesmo modo, como detalhado em um artigo publicado na revista Cell Metabolism em 2012, a perda de função dessa enzima, causada por mutações, levava as células à senescência. “A produção de microRNAs no tecido adiposo pode controlar o envelhecimento”, ele concluiu.
Mori começou a trabalhar com C. elegans em 2007 em Harvard porque precisava de organismos com um ciclo de vida menor que o dos camundongos. De modo similar, o biólogo sul-africano Sydney Brenner, inicialmente em Cambridge, Inglaterra, e depois em San Diego, Estados Unidos, inaugurou os estudos com C. elegans em 1963 porque procurava um organismo que, além de crescer rapidamente, lhe permitisse observar o crescimento de células e órgãos, como não era possível em drosófila, o inseto que é o modelo clássico para estudos em genética.
No início, enquanto Brenner preparava e selecionava mutantes, que seriam fundamentais para as pesquisas que decolariam logo depois, a maioria das pessoas não levava o bicho a sério. Um colega de Brenner lhe disse que “não daria um centavo” por seu trabalho, lamentando que ele estivesse 20 anos à frente de sua época, contou o biólogo em 2009, sete anos depois de ter sido um dos ganhadores do Prêmio Nobel em reconhecimento a seus estudos sobre regulação gênica, feitos em C. elegans. “Me contaram que existem hoje 400 laboratórios de C. elegans”, ele comemorou. “Frequentemente me perguntam por que deixei a pesquisa com C. elegans justamente quando estava se tornando realmente interessante. A resposta é simples: as pessoas dessa área hoje são muito melhores que eu era.” Brenner gostava mesmo era de abrir caminhos, que era, como ele definiu, “a parte mais emocionante da pesquisa científica”.
Oportunidade
“Pouca gente trabalha com C. elegans no Brasil, talvez com receio da aceitação de um modelo experimental diferente, que eu vi como oportunidade”, diz Mori, que há dois anos trouxe os bichos na bagagem ao voltar dos Estados Unidos. Agora ele tem uma coleção de 50 linhagens, mantidas em quatro estufas a uma temperatura média de 21º Celsius.
Seu trabalho ainda não tem aplicações, porque os microRNAs constituem na verdade um grupo de centenas de moléculas com tamanho médio de 20 nucleotídeos – e provavelmente algumas agem contra e outras a favor do envelhecimento. O problema é que os microRNAs parecem estar por toda parte e exercer muitas funções: podem, por exemplo, participar da progressão de tumores de próstata, como demonstrado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), de doenças cardiovasculares, como estudado no Instituto de Ciências Biomédicas da USP, ou do controle do ritmo circadiano, como é chamado o período de cerca de 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, como proposto por um grupo da Universidade Federal de Alagoas.
Apesar das incertezas sobre o papel dessas moléculas, Mori acredita que o controle da enzima Dicer e dos micro-RNAs poderia ser uma estratégia viável para aumentar a expectativa de vida, simulando o efeito da restrição calórica por meio de medicamentos como o antibiótico que ele está avaliando. Evidentemente, o envelhecimento é um processo biológico muito complexo. Em uma conferência realizada em agosto na Itália, Mori observou que um dos focos atuais de atenção são as mitocôndrias, compartimentos celulares responsáveis pela produção de energia. “A comunicação entre a mitocôndria e o núcleo regula a síntese de proteínas e, desse modo, controla o envelhecimento”, diz ele. “Está chegando o momento em que poderemos integrar informações independentes e ter uma noção mais clara de como o organismo envelhece e de como intervir efetivamente.”
Projeto
Identificação de mecanismos responsáveis pelos efeitos benéficos da restrição calórica (10/52557-0); Modalidade Apoio a Jovens Pesquisadores; Coordenador Marcelo Alves da Silva Mori – Unifesp; Investimento R$ R$ 696.496,53 (FAPESP).
Artigos científicos
BRENNER, S. In the beginning was the worm… Genetics. v. 182, p. 413-5. 2009.
MORI, M.A. et al. Role of microRNA processing in adipose tissue in stress defense and longevity. Cell Metabolism. v. 5, n. 16, p. 336-47. 2012.

Fone: Revista Fapesp
Por: CARLOS FIORAVANTI | Edição 212 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Contra infecção hospitalar: Filamentos microscópicos de prata combatem bactérias e fungos

Bastões de prata que só podem ser vistos em potentes microscópios eletrônicos apresentaram ação contra a bactéria Staphylococcus aureus,resistente ao antibiótico meticilina e conhecida como Sarm, responsável por infecções hospitalares. “Foi por acaso que encontramos esses bastões de prata crescendo espontaneamente em uma amostra de tungstato de prata [Ag2WO4]”, diz o professor Elson Longo, do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara, no interior paulista. “Estávamos estudando uma nova rota de produção do tungstato de prata, um composto de prata e tungstênio, para análise desse material, que é um cristal semicondutor, até possivelmente como esterilizante, e o colocamos num microscópio de emissão de campo elétrico por varredura e vimos o bastão, mas achávamos que o equipamento estava com defeito e fomos para outro microscópio, o de transmissão, e constatamos o mesmo fenômeno”, diz Longo, que também é o coordenador do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP.

“É uma nova geração de material bactericida”, diz Longo. Os testes biológicos coordenados pelo professor Carlos Eduardo Vergani, da Faculdade de Odontologia da Unesp em Araraquara, mostraram resultados promissores também contra fungos. “Os fungos são compostos por moléculas maiores e muitos apresentam resistência aos fungicidas convencionais. Conseguimos bons resultados em experimentos com aCandida albicans e estamos testando em outras espécies”, diz a professora Ana Machado, da equipe coordenada por Vergani. “Evidenciamos ainda que o crescimento de filamentos de prata no tungstato potencializou a capacidade do material de combater a proliferação de Sarm, resultando na redução em quatro vezes da quantidade da substância necessária para eliminar esse microrganismo”, diz Ana.
A novidade traz mais uma vez o uso da prata como um potente e natural material bactericida. Ela é utilizada para esse fim desde a antiguidade. A explicação científica para esse uso está relacionada às cargas elétricas ou radicais livres presentes no metal que alteram as moléculas de DNA e interagem com as membranas celulares levando a danos nos microrganismos. “Mas não existe na literatura nada que se assemelhe ao que encontramos: um material se formando de dentro de outro material”, diz Longo. “Jogamos partículas – que são elétrons presentes em maior quantidade e energia no microscópio de transmissão – no tungstato de prata e foram gerados espontaneamente filamentos apenas de prata, como se fosse uma semente de feijão que brota depois de ser enterrada na terra”, diz Longo. “Normalmente se você tem um material composto, por exemplo, o cloreto de prata, e fazemos algo para decompô-lo, o resultado são dois elementos separados, cloro e prata”, explica. “Ainda não sabemos exatamente o que acontece na prata do tungstato, estamos fazendo cálculos teóricos para entender melhor o fenômeno. Sabemos que existem uma desordem e ordem dos clusters de prata que se decompõem formando prata metálica e se movimentam para a superfície dentro do cristal de tungstato de prata, e formam fios que se consolidam em algumas partes do material.” O tamanho dos filamentos vai de micrômetros (da ordem de 1 milímetro dividido por mil) no comprimento a nanômetros (equivalente a 1 milímetro dividido por 1 milhão) na largura.
Repasse para a indústria
Os filamentos de prata do tungstato não servem para compor medicamentos, e sim para serem incorporados a metais, plásticos ou outros materiais. Nos atuais usos, a prata sozinha é aplicada como bactericida em instrumentos cirúrgicos, máquinas de lavar, geladeiras e filtros, por exemplo. O grupo coordenado por Longo faz parte também do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia, apoiado pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico (CNPq). O trabalho com nanopartículas de prata é desenvolvido há mais de uma década em parceria pelos grupos dos professores Longo, antes na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e José Arana Varela, da Unesp, atual diretor-presidente da FAPESP. Os avanços tecnológicos com essas nanopartículas conquistados pelos dois grupos foram repassados para a empresa Nanox (ver Pesquisa FAPESP n° 187), uma star-up dos laboratórios da Unesp e da UFSCar, que produz e vende material formado por nanopartículas de prata para dotar de propriedades bactericidas e autoesterilizantes uma série de produtos como purificadores de água, secadores de cabelo, tintas, embalagens de alimentos, cerâmicas e instrumentos cirúrgicos.

O novo material, apresentado na edição de abril da edição Scientific Reports da revistaNature, também demonstra outra atividade: uso na decomposição de matéria orgânica em efluentes industriais ou águas de rios e riachos. “Testamos os filamentos com rodamina B, um composto químico vermelho que não perde a cor facilmente e é usado em testes internacionais em experimentos de produtos usados em tratamento de água”, diz Longo. “Com os bastões de prata conseguimos em 30 minutos degradar a rodamina em água e dióxido de carbono [CO2] em ambiente com luz solar porque os filamentos também são fotoluminescentes e reagem com o corante ajudando a degradá-lo. Os produtos atuais fazem a rodamina ser decomposta em mais de uma hora.” Outra vantagem nesse processo é que os bastões de prata do tungstato podem ser reutilizáveis. Agora os pesquisadores, além de entender melhor o fenômeno, estão escrevendo patentes sobre os usos dos bastões de prata do tungstato.
Projetos
1. Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais (n° 2013/07296-2); Modalidade: Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid); Coord. Elson Longo/Unesp; Investimento: R$ 1.184.793,34 e US$ 1.060.186,89 por ano (FAPESP).
2. Instituto Nacional de Ciências dos Materiais em Nanotecnologia (n° 2008/57872-1);Modalidade: Projeto Temático/INCT; Coord. Elson Longo/Unesp; Investimento:R$ 838.500,00 e US$ 772.295,09 (FAPESP).

Artigo científico
Longo, E. et al. Direct in situ observation of the electron-driven synthesis of Ag filaments on alpha-Ag2WO4 crystals. Scientific Reports. v. 3, n° 1.676. abr. 2013.

Fonte: Revista Fapesp edição 212 / 2013
Por: Marcos de Oliveira