O consumo crônico de doses elevadas de álcool muda o funcionamento do cérebro. Altera a estrutura e aumenta a atividade de uma área cerebral profunda, o núcleo estriado, associada ao comportamento impulsivo e à formação de hábitos. Com o tempo, o funcionamento dessa região passa a prevalecer sobre o do córtex pré-frontal, envolvido na tomada de decisão consciente. A confirmação de que esse mecanismo está associado ao consumo compulsivo e à de–pendência de álcool veio de um estudo de Andrew Holmes, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Ele e seus colaboradores submeteram camundongos a ciclos que simulavam bebedeiras antes de ver o efeito no cérebro. Por quatro dias seguidos, os roedores passavam 16 horas expostos a uma elevada concentração de etanol vaporizado no ar, intercaladas por 8 horas sem álcool. Esses animais preferiam beber água com álcool nos dias seguintes à água pura. No fim do teste, as células do núcleo estriado dos roedores que passaram pela bebedeira apresentavam mais conexões e eram mais ativas que as dos expostos apenas ao ar (PNAS, 19 de agosto).
Fonte: Revista Fapesp - edição 211 - 2013
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