Colaboradores

sábado, 23 de dezembro de 2017

Boas Festas!!!!

Que a paz e a compreensão reinem em nossos corações neste Natal e no Ano Novo que se aproxima. Boas Festas.




sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Quero Trabalhar na Alemanha!

O mercado de trabalho alemão reconhece profissionais qualificados e está de portas abertas para recepcionar candidatos de distintas nacionalidades. Sendo a maior economia da Europa, o país destaca-se pela infraestrutura e a alta qualidade de vida oferecida aos seus trabalhadores.
Com o objetivo de divulgar oportunidades de emprego na Alemanha e identificar possíveis candidatos para trabalhar no país, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, em parceria com a agência pública responsável pela intermediação de empregos e formação profissional da Alemanha (Bundesagentur für Arbeit), convida para o evento: Quero trabalhar na Alemanha!
Ao longo do dia, uma palestra com o propósito de apresentar a realidade do mercado de trabalho alemão aos interessados será ministrada em dois horários distintos: às 9 e às 14 horas.
Programação do Evento:
10/11/2017 -  Sexta-feira
Local: Colégio Humboldt, Av. Eng. Alberto Kuhlmann, 525 - Interlagos - São Paulo / SP.
Investimento: Gratuito.

 Informações:  http://www.ahkbrasilien.com.br/pt/formacao/quero-trabalhar-na-alemanha/

sábado, 30 de setembro de 2017

DIA DA UNIVERSIDADE ABERTA - DUA

E HOJE FOI O DIA DA UNIVERSIDADE ABERTA!
PARABÉNS A TODOS QUE PARTICIPARAM!
NENHUM DE NÓS É TÃO BOM
 QUANTO TODOS NÓS JUNTOS!















sexta-feira, 7 de julho de 2017

Uma chave para entrar no cérebro

Nanomaterial à base de carbono pode facilitar a chegada de medicamentos ao sistema nervoso central

Não é fácil fazer um medicamento chegar ao cérebro. Os vasos sanguíneos que irrigam o sistema nervoso central são revestidos por uma estrutura especial composta por três tipos de célula que, em conjunto, atuam como um filtro muito seletivo. Chamada de barreira hematoencefálica, essa estrutura só permite a passagem de alguns compostos necessários para o funcionamento cerebral adequado, como nutrientes, hormônios e gases. Essa seletividade protege o sistema nervoso central de moléculas tóxicas encontradas no sangue e também impede que um fármaco consumido por via oral ou injetado na corrente sanguínea atinja o cérebro, mesmo quando isso é necessário. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o grupo liderado pela bióloga Maria Alice da Cruz-Höfling testa atualmente a possibilidade de usar o óxido de grafeno reduzido – um composto nanoestruturado formado por átomos de carbono – para abrir a barreira e fazer certos medicamentos chegarem ao cérebro com menos efeitos colaterais do que os provocados por compostos atualmente em uso.

Os testes iniciais com o óxido de grafeno reduzido foram promissores. Experimentos feitos com células e com animais de laboratório indicam que ele abre temporariamente a barreira e, nas doses avaliadas, aparentemente não é tóxico para o organismo. “Trabalhamos com esse composto porque os nanomateriais da família do grafeno mostravam potencial para interagir com o sistema nervoso, já que o grafeno é um excelente condutor elétrico e as células neurais se comunicam por meio de impulsos elétricos”, explica a farmacêutica e bioquímica Monique Mendonça, pesquisadora em estágio de pós-doutorado no Instituto de Biologia da Unicamp e primeira autora dos artigos que descreveram esses resultados, publicados em 2015 e 2016 no Journal of Nanobiotechnology e na Molecular Pharmaceutics.
Constituído por uma única camada de átomos de carbono organizados em hexágonos regulares, o grafeno é 200 vezes mais resistente do que o aço e um dos melhores condutores elétricos conhecidos. O grafeno puro, porém, tem aplicações biológicas limitadas por ser pouco solúvel em água. Já o óxido de grafeno reduzido dilui-se em água e preserva propriedades elétricas similares às do grafeno.
Monique conheceu o óxido de grafeno reduzido em 2013, em uma conversa com pesquisadores do Laboratório de Nanoengenharia e Diamantes da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) da Unicamp, e decidiu avaliar o seu potencial de atravessar a barreira. “Adaptamos o processo de produção desse material para sintetizá-lo sem a necessidade de processos químicos intermediários e aumentar o seu grau de pureza para cerca de 99%”, conta o pesquisador Helder Ceragioli, da FEEC. Os métodos de produção descritos na literatura científica costumam deixar impurezas (átomos de ferro, tungstênio ou níquel) que podem ser tóxicas. Segundo as previsões teóricas, quanto mais puro o óxido reduzido de grafeno, menor o risco de causar danos aos tecidos vivos.
Nos experimentos, Monique injetou o óxido de grafeno reduzido na circulação sanguínea de ratos e, usando técnicas que permitem o rastreamento do composto no organismo, observou que uma hora mais tarde ele já havia penetrado em estruturas cerebrais como o hipocampo e o tálamo. Por detectar uma redução no nível das proteínas que mantêm unidas as células que revestem os vasos sanguíneos, ela concluiu que o óxido de grafeno reduzido havia aberto a barreira ao criar espaço entre as células que a formam. Monique notou ainda que, algumas horas após a injeção do composto, a barreira voltava a se fechar. O grupo da Unicamp atualmente investiga os possíveis mecanismos bioquímicos que seriam ativados nas células para abrir a barreira.
Neurônios preservados
Sete dias após a aplicação, a maior parte do composto já havia sido eliminada do organismo, sugerindo que não tende a se acumular e tornar-se tóxico às células. Outros exames constataram que não houve morte neuronal nos roedores tratados e que a morfologia do cérebro permaneceu intacta. O material também não produziu danos nas células sanguíneas nem em órgãos como o fígado e os rins. Além disso, o óxido de grafeno reduzido parece ter vantagens sobre compostos como o manitol, usado pelos médicos para abrir a barreira hematoencefálica.
“O óxido de grafeno reduzido é potencialmente mais seguro que o manitol, que altera o fluxo de líquidos no sistema nervoso central e pode deixar os neurônios suscetíveis a danos, além de prejudicar o funcionamento dos rins”, comenta o médico Licio Velloso, professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Velloso atualmente investiga alterações no organismo que mudam a permeabilidade da barreira e considera o óxido de grafeno reduzido um candidato promissor a desempenhar essa função. “No entanto”, ele pondera, “o uso farmacológico das nanopartículas ainda está em fase inicial e são necessários mais estudos para verificar se elas causam efeitos colaterais no longo prazo”.
“Os resultados obtidos até agora indicam que o óxido de grafeno reduzido tem potencial para transportar medicamentos até o cérebro ou para abrir a barreira e permitir que outros transportadores levem os fármacos até lá”, conta Maria Alice, que começou a investigar formas de abrir a barreira hematoencefálica há 20 anos, quando estudava o efeito do veneno de aranhas do gênero Phoneutria, as armadeiras. “Como pessoas picadas por essas aranhas apresentavam sintomas neurotóxicos, pressupus que o veneno poderia atravessar a barreira”, lembra. Mais tarde ela verificou que doses baixas abriam a barreira em ratos. Com a dificuldade de isolar o componente do veneno responsável por esse efeito, Maria Alice passou a testar outros compostos.
Apesar dos resultados animadores, é cedo para dizer se o óxido de grafeno reduzido poderá ser usado na prática clínica. Antes, é preciso avaliar se ele é seguro para seres humanos e se, de fato, permite a chegada de outros compostos ao cérebro de forma mais eficaz.
Projeto
Óxido de grafeno e sistema nervoso central: Avaliação dos efeitos na barreira hematoencefálica e perfil nanotoxicológico (nº 12/24782-5); Modalidade Bolsa de Doutorado; Pesquisadora responsável Maria Alice da Cruz Höfling (Unicamp); Bolsista Monique Culturato Padilha Mendonça; Investimento R$ 135.835,83 e R$ 31.276,24 (Bepe).
Artigos científicos
MENDONÇA, M. C. P. et alPEGylation of reduced graphene oxide induces toxicity in cells of the blood-brain barrier: An in Vitro and in Vivo Study. Molecular Pharmaceutics. v. 13 (11). 18 out. 2016.
MENDONÇA, M. C. P. et alReduced graphene oxide: Nanotoxicological profile in ratsJournal of Nanobiotechnology. v. 14 (53). 24 jun. 2016.
MENDONÇA, M. C. P. et alReduced graphene oxide induces transient blood-brain barrier opening: An in vivo studyJournal of Nanobiotechnology. v. 13 (78). 30 out. 2015.
DE PAULA LE SUEUR, L. et al. Breakdown of the blood-brain barrier and neuropathological changes induced by Phoneutria nigriventer spider venomActa Neuropathologica. v. 105 (2), p. 125-34. fev. 2003.

Fonte: Revista Fapesp on line jun/2017
Por:  Ricardo Aguiar 

quinta-feira, 29 de junho de 2017

BOAS FÉRIAS!




METODISTA CELEBRA 20 ANOS COMO UNIVERSIDADE

Universidade Metodista de São Paulo chega a 2017 completando 20 anos com status de universidade e comprometida, desde a criação há quase 80 anos, com projeto pedagógico que alia qualidade acadêmica, científica e tecnológica. Para celebrar a passagem, serão realizados vários cultos em agradecimento, começando por 4 de julho, data da publicação no Diário Oficial da União do credenciamento da condição universitária, em evento programado para às 12h30 no Anfiteatro Marcio de Moraes-Edifício Sigma. Em 28 de julho, a celebração antecederá a Assembleia Docente do 2º semestre, às 10h, no Salão Nobre.
Até 1997 a Metodista somava 17 graduações, 5.116 alunos e atuava nos limites do campus Rudge Ramos. Dez anos depois, em 2007, já eram 16.286 alunos e 45 cursos de graduação. Hoje são cerca de 80 cursos presenciais e a distância, outros 30 de pós-graduação (especialização e MBA), além de 9 programas stricto sensu (mestrado e doutorado). Neste 2017, no primeiro semestre, estavam matriculados na Metodista 21,7 mil alunos presenciais e EAD. Além disso, a Metodista expandiu fisicamente para os campi Vergueiro e Planalto, também em São Bernardo do Campo (SP). Em 2006, foi uma das pioneiras no Brasil ao introduzir Educação a Distância (EAD), contando agora com mais de 90 polos em todo o País.
Em 80 anos de atividades, desde a abertura da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista em 1938, já foram formados quase 88 mil alunos entre graduação e pós-graduação. Há dois anos, as faculdades foram reestruturadas por áreas do conhecimento, centralizadas em cinco grandes Escolas: Ciências Médicas e da Saúde; Gestão e Direito; Teologia; Engenharias, Tecnologia e Informação; Comunicação, Educação e Humanidades.
Para mais informações: http://portal.metodista.br/20-anos?banner

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Variações do olfato

Influências genéticas e ambientais determinam a construção do órgão sensorial no fundo do nariz


Se você passar um tempo prolongado exposto a um determinado cheiro, é possível que se torne mais eficaz em detectá-lo. Pode não parecer surpreendente, e até mesmo evocar ecos em outros sentidos – como, por exemplo, aqueles sons discretos que só o morador da casa consegue ouvir e identificar. Mas no caso do olfato parece haver um mecanismo bem mais marcante, se o que foi observado em camundongos valer também para outros animais – o humano inclusive. “A construção celular e molecular do epitélio olfatório depende de instruções genéticas e também se altera conforme a experiência de vida”, afirma o biólogo Fabio Papes, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele e colegas do Reino Unido e dos Estados Unidos detalharam o forte componente genético responsável por moldar o sistema olfatório, conforme descreve artigo publicado no dia 25 de abril na revista eLife. Detectaram também que o órgão sensorial é modificado pelo ambiente. E isso é novidade.


A importância da genética na complexidade do olfato é inegável: mais de 5% dos genes presentes no DNA humano são dedicados a produzir uma diversidade de receptores moleculares que caracterizam os neurônios olfatórios (ver Pesquisa FAPESP nº 155). Isso significa que o órgão detector de odorantes localizado no fundo da cavidade nasal é composto por cerca de 400 tipos de células, cada um deles especializado em reconhecer uma molécula. “A visão conta apenas com três tipos de células”, compara Papes. É um investimento de peso, sobretudo considerando-se que os seres humanos não têm o faro como seu sentido principal. No camundongo, modelo usado pelo professor da Unicamp e seus colegas, cerca de mil genes codificam receptores de odorantes. “É uma das maiores famílias multigênicas que existem”, afirma. Cheiros complexos acionam uma diversidade de receptores  químicos, ativando combinações de células no nariz. Essa estratégia de detecção é o que permite identificar um número astronômico de cheiros (ver imagem).
Para destrinchar a contribuição dos genes e do ambiente na formação desse sentido responsável por avaliar a qualidade dos alimentos, potenciais parceiros sexuais, competidores e predadores nos arredores, os pesquisadores lançaram mão de duas linhagens diferentes de camundongos. A particularidade era que todos os representantes de cada uma das linhagens eram geneticamente idênticos, de maneira que para efeitos do experimento funcionava quase como se o estudo fosse feito em dois indivíduos diferentes, cada um com várias réplicas, ou clones.


Em um dos experimentos, os pesquisadores acondicionaram esses camundongos no mesmo ambiente, para em seguida comparar o órgão olfatório entre as duas linhagens. O grupo do Instituto Sanger, na Inglaterra, liderado pelo geneticista Darren Logan (coordenador do estudo), sequenciou o RNA de todo o epitélio olfatório, conseguindo a caracterização mais completa até agora da atividade genética no órgão como um todo. “É o maior centro de sequenciamento do mundo”, conta Papes, justificando o feito inédito. Com isso, foi possível demonstrar que a estrutura física dessa central de detecção dos odorantes é diferente entre as linhagens de camundongos mesmo em condições ambientais padronizadas, indicando que as células receptoras presentes em cada linhagem são consequência de diferenças genéticas.
Mesmo assim, o epitélio nasal é tudo, menos fixo. “É um dos poucos lugares no organismo onde há neurogênese constante durante a vida inteira”, explica o professor da Unicamp. Essa particularidade está ligada, em parte, à fragilidade do tecido. Os neurônios ali estão expostos ao ar externo, ao contrário das células muito bem protegidas no cérebro. A cada vez que substâncias tóxicas – como a fumaça de uma avenida de trânsito pesado – entram pelo nariz, os neurônios são atacados e possivelmente levados à morte. Por isso há uma variação no longo prazo: cada célula dura alguns meses, em média, antes de ser substituída.  
Acontece que essa substituição não é aleatória nem predeterminada, conforme indicaram os experimentos feitos na Unicamp e no Sanger. Os pesquisadores transferiram embriões das duas linhagens de camundongos para fêmeas de aluguel, de maneira a criar um ambiente gestacional controlado e homogêneo, e depois devolveram as ninhadas às mães de cada uma das linhagens, mas com um detalhe: cada uma delas continha um filhote adotivo do outro tipo. O desenho experimental partiu do princípio de que mães geneticamente distintas apresentam uma série de particularidades em como influenciam a experiência sensorial dos filhotes, como o cheiro do leite, por exemplo. Depois de adultos, esses camundongos foram analisados conforme o grupo a que pertenciam: animais de cada uma das linhagens criados em ambientes contendo mães semelhantes, e aqueles criados por mães de linhagem diferente (ver infográfico).


A manipulação permitiu detectar diferenças sutis no perfil de expressão gênica do epitélio olfatório em camundongos vivendo em situações distintas, uma indicação de que o ambiente também contribui para a construção do órgão. “Isso não tinha sido previsto”, conta Papes. Detectar essa variação representou um desafio técnico importante, porque cada tipo de molécula odorante afeta poucas células no nariz. Isso explica o fato de uma análise tão detalhada em larga escala só ter sido realizada agora, quando os recursos para análises genéticas se tornaram mais sofisticados.
Faro mutável
Os experimentos também averiguaram mais a fundo as mudanças que acontecem ao longo da vida, ao expor camundongos adultos a quatro moléculas odorantes cujas células detectoras são conhecidas – como cheiro de banana ou de cravo. O aroma estava na água disponível para os animais, que sentiam o cheiro a cada vez que bebiam. Apesar de não ser contínua, já que não estavam expostos o tempo todo, foi uma exposição prolongada, no decorrer de seis meses. O sequenciamento posterior mostrou uma maior atividade de certos genes, interpretada como um aumento no número de células portadoras dos receptores específicos para os quatro odorantes. Bastaram seis semanas sem água aromatizada para que os níveis de expressão dos genes voltassem ao normal.


“Essa foi a primeira vez que se quantificou de maneira abrangente que o número de neurônios olfatórios que expressam cada um dos mil tipos de receptores olfatórios varia entre diferentes linhagens de camundongos”, avalia a bioquímica Bettina Malnic, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), uma das maiores especialistas em neurobiologia do olfato no Brasil. Ela não participou do estudo, mas tem interesse especial na genética por trás dos neurônios olfatórios e em como a expressão desses genes é regulada (ver Pesquisa FAPESP nº 220), como mostra revisão recente na revista Molecular Pharmacology.
© FABIO PAPES / UNICAMP
O epitélio olfatório de camundongos permite o contato direto entre o ar e os neurônios (os núcleos são os pontos escuros)
Vida e morte                                                             Em um estudo cujos resultados estão submetidos para publicação, o grupo de Bettina usou camundongos geneticamente alterados, que não conseguiam transmitir ao cérebro os sinais relativos aos odorantes, e detectou que nessa situação os neurônios do epitélio olfatório morrem. “A incapacidade de responder aos odorantes afeta a sobrevida das células”, explica, embora ela ainda não tenha encontrado a via bioquímica que determina essa morte celular. Novas células são constantemente produzidas, mas a alta mortalidade faz com que o epitélio olfatório desses camundongos modificados seja composto por um número reduzido de neurônios. “O aumento que esses pesquisadores observaram na expressão gênica de camundongos criados em ambientes onde se adicionou um odorante específico é compatível com a ideia de que houve um aumento na sobrevida dos neurônios ativados pelo odorante”, sugere.


Enquanto fazia sua pesquisa, foi uma grata surpresa para Bettina encontrar o artigo de Papes e colaboradores, antes de sua publicação oficial, no repositório eletrônico de preprints bioRxiv (ver Pesquisa FAPESP nº 254). “O acesso a resultados do estudo mesmo antes de sua publicação definitiva contribuiu para o melhor delineamento de experimentos que já estavam sendo realizados no meu laboratório”, conta.
As perguntas que surgem a partir das novas respostas garantem trabalho de sobra para os dois grupos nos próximos tempos. Além de aprofundar o estudo dos possíveis mecanismos para o aumento na frequência dos receptores mais usados, como longevidade das células e regulação da atividade gênica, também falta avaliar como essa variação ao longo da vida e entre indivíduos pode alterar a percepção do ambiente. Papes sugere que uma plasticidade semelhante pode existir nos outros sentidos, que ainda não foram estudados sob essa ótica.
Os resultados sugerem um mecanismo adaptativo, somando-se ao que se sabia sobre a memória sensorial (quando um cheiro evoca uma lembrança específica) e a habituação (quando a exposição a um estímulo desliga os neurônios envolvidos com sua interpretação no cérebro). “Descrevemos uma nova estratégia adotada pelo organismo, onde fatores ambientais modificam como o órgão olfatório é construído, adaptando o indivíduo para viver naquele ambiente”, afirma Papes.
Ele também enxerga um impacto potencial na medicina personalizada. “Se os sentidos são distintos para cada pessoa, não somente porque suas fisiologias são diferentes, mas também porque a própria construção celular de seus órgãos dos sentidos não é igual, então devemos encarar cada ser humano como único do ponto de vista sensorial”, afirma. Por essa ótica, ele defende que fármacos podem ser desenvolvidos para tratar distúrbios sensoriais ou modular os comportamentos causados por eles em grupos específicos de pessoas.
Nas últimas duas décadas, ele conta, uma série de estudos vem investigando até que ponto a olfação influencia o comportamento humano, como a relação entre atração sexual e odores corporais. Os achados de agora sugerem que as novas abordagens genéticas podem contribuir para essa compreensão. Um dos projetos em andamento no Instituto Sanger envolve um experimento de ampla escala na população inglesa para sequenciar o RNA do órgão olfatório, mapear geneticamente seu epitélio e correlacionar os genes com diferentes tipos de enfermidades e distúrbios sensoriais nos voluntários. Papes espera poder participar, incluindo amostras brasileiras na população sequenciada. “A diversidade social e a variabilidade genética no Brasil torna nossa população especialmente interessante para esse tipo de estudo.”
Artigos científicos
NAGAI, M. H. et al. Monogenic and monoallelic expression of odorant receptors. Molecular Pharmacology. v. 90, n. 5, p. 633-9. nov. 2016

Fonte: Revista Fapesp on line maio 2017
Por: Maria Guimarães

terça-feira, 11 de abril de 2017

Estudo visa aprimorar transplantes contra leucemia

Pesquisadores querem criar um ambiente adequado para a produção de células-tronco hematopoiéticas, precursoras de todos os tipos de células sanguíneas

Um grupo internacional de pesquisadores, entre eles o biomédico brasileiro Alexander Birbrair, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), deu um passo importante na tentativa de criar em laboratório um ambiente adequado para o cultivo das chamadas células-tronco hematopoiéticas, precursoras de todos os tipos de células sanguíneas, como hemácias, granulócitos, linfócitos e plaquetas. Em um estudo publicado na edição de março da revista Nature Cell Biology, o grupo analisou o microambiente que abriga esse tipo de célula dentro da medula óssea, um tecido líquido que ocupa a cavidade dos ossos, e identificaram células e sinais químicos responsáveis por sua manutenção.
Pericitos situados nas paredes de arteríola (em laranja) produzem citocina CXCL12, essencial para a manutenção das células-tronco hematopoiéticas na medula óssea
© ASADA, N .ET AL. / NATURE CELL BIOLOGY
Há algum tempo se sabe que essas células-tronco se formam durante o desenvolvimento do feto, sobretudo no fígado e no baço. Após o parto, no entanto, elas migram para a medula óssea, onde permanecem em número reduzido. Algumas ficam dormentes e só são ativadas quando precisam formar células novas iguais a elas. Outras são acionadas em casos de emergência e se diferenciam em células mais maduras, como macrófagos e linfócitos.
No estudo publicado na Nature Cell Biology, os pesquisadores verificaram que as células hematopoiéticas inativas estão situadas em uma região da medula óssea próxima a minúsculos vasos sanguíneos chamados arteríolas, e que nas paredes desses vasos estão os pericitos arteriolares, um tipo de célula-tronco mesenquimal com potencial para se diferenciar e formar os tecidos gordurosos, ossos ou músculos.
Ao analisá-los em detalhe, os pesquisadores constataram que os pericitos produzem uma citocina — molécula responsável pela comunicação entre células — chamada CXCL12. Para melhor investigar sua função, desenvolveram testes com camundongos com uma alteração genética que impedia que seus pericitos produzissem a CXCL12. Verificaram que, nesse caso, as células-tronco hematopoiéticas desapareciam, e as poucas que sobraram perdiam a capacidade de se especializar em células do sangue. “Os resultados sugerem que os pericitos, por meio da produção da CXCL12, são importantes na manutenção das células hematopoiéticas dentro da medula óssea”, diz Birbrair.
As células-tronco hematopoiéticas são importantes no tratamento da leucemia, um tipo de câncer que acomete os glóbulos brancos. “Em muitos casos, no entanto, o transplante dessas células não é suficiente para restabelecer a função medular e imune do indivíduo, de modo que muitos precisam de um segundo transplante de medula”, explica Birbrair. O problema é que é difícil encontrar doadores compatíveis e a quantidade de células disponíveis na medula tende a ser pequena. Outro complicador é que, diferentemente de outras células-tronco, as hematopoiéticas ainda não são obtidas por multiplicação in vitro porque, quando reproduzidas artificialmente, perdem a capacidade de se diferenciar em células sanguíneas.
Para Birbrair, os resultados do estudo ampliam as perspectivas de se criar um ambiente adequado para a produção dessas células. “A possibilidade de cultivar células-tronco hematopoiéticas em ambiente artificial pode levar à criação de bancos dessa célula, o que facilitaria o tratamento de pacientes com leucemia”, destaca. “Precisamos antes compreender como elas funcionam em seu microambiente dentro dos ossos.” A partir dos resultados obtidos, o grupo pretende iniciar os primeiros estudos para mimetizar o microambiente da medula óssea e tentar multiplicar essas células-tronco em laboratório.
Artigo científico
ASADA, N .et alDifferential cytokine contributions of perivascular haematopoietic stem cell nichesNature Cell Biology. v. 19, n. 3, p. 214–23. mar. 2017.

Fonte: Revista Fapesp on line 18:01

terça-feira, 4 de abril de 2017

Metodista promove solenidade de posse de novo reitor

Cerimônia na noite de 7 de abril oficializará o Prof. Dr. Paulo Borges Campos Júnior no cargo


Prof. Paulo Borges presidia o CONSAD desde agosto de 2014 (Foto Stefanie Araújo)
Natural de Goiânia, economista de formação e doutor em Ciências Ambientais, o Prof. Dr. Paulo Borges Campos Júnior foi o nome escolhido pela Igreja Metodista para assumir o cargo de reitor da Universidade Metodista de São Paulo. O profissional será responsável pela gestão acadêmica de mais de 60 cursos de Graduação e Pós-Graduação e áreas de pesquisa e extensão, com seus respectivos coordenadores, numa instituição que soma hoje 21 mil alunos e em 2017 completa 20 anos com status de universidade.
O novo gestor irá assumir oficialmente em solenidade marcada para o próximo dia 7 de abril (sexta-feira), às 20h, no Salão Nobre do Campus Rudge Ramos, localizado à Rua do Sacramento, 180, em São Bernardo do Campo-SP (interessados em comparecer à cerimônia devem confirmar presença até 30 de março pelo telefone (11) 4366-5577 ou pelo e-mail eventos@metodista.br).
Aos 54 anos e com mais de três décadas atuando na área da educação, professor Paulo Borges se diz pronto para o desafio: “A academia sempre foi um espaço onde transitei, como aluno e como profissional. E a Metodista não está sendo reconstruída, pois educação é um processo sempre em construção. Claro que requer atenção especial pela própria dimensão, pelo número de alunos, pelos muitos programas de mestrado e doutorado, pela rica produção acadêmica e pela infraestrutura. É uma oportunidade singular que Deus e a Igreja me proporcionam”, diz o novo reitor, ao reafirmar que a busca da excelência e a confessionalidade são as ênfases da Educação Metodista para enfrentar o cenário econômico delicado no País e contribuir com o desenvolvimento nacional.
“Confio na marca Metodista, na comunidade de professores, alunos e funcionários que se dedicam em favor de um ensino de qualidade com responsabilidade, acreditando numa educação transformadora dentro da perspectiva cristã Metodista. São poucas as instituições de ensino que têm mais de três séculos de história para contar”, afirma, mencionando a chegada dos primeiros membros da Igreja ao Brasil. Oficialmente, a instituição completará 80 anos em 2018, a partir da instalação da primeira escola superior em São Bernardo do Campo (SP), a Faculdade de Teologia.
O trabalho do Professor Doutor Paulo Borges Campos Júnior na reitoria da UMESP será guiado pelas diretrizes para a Educação da Igreja Metodista e estará em conformidade com a Missão da formação baseada em valores éticos, com a Visão criativa e inovadora, além de Valores como o desenvolvimento de consciência crítica da realidade e de senso de justiça e de solidariedade.
Trajetória
A formação acadêmica de Paulo Borges Campos Júnior inclui os títulos de Economista pela Universidade Católica de Goiás (1986), Especialista em Economia Agrícola (1996), Mestre em História (1998) e Doutor em Ciências Ambientais (2014), todos pela Universidade Federal de Goiás.
O novo reitor é membro e coordenador da Administração e professor da escola dominical da Igreja Metodista em Goiânia, setor Novo Horizonte. Antes de ser escolhido para o atual cargo, presidia o Conselho Superior de Administração da Educação Metodista - CONSAD desde agosto de 2014. Paulo Borges também foi docente da Escola de Gestão e Negócios da PUC-Goiás, diretor geral das Faculdades Evangélicas de Senador Canedo (GO) e Metropolitana (GO), além de consultor econômico e em gestão de ensino.
Borges também traz para a reitoria da Metodista vasta experiência acumulada pelo desempenho de diversas atividades profissionais e acadêmicas de grande relevância. Entre as funções exercidas pelo novo gestor, destacam-se os cargos de chefe da Assessoria Econômica da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás (2006-2011), funcionário do Senado Federal (1987-1989), vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Goiás–Corecon-GO (2004), Presidente e vice-presidente do conselho diretor do Instituto Educacional Piracicabano - IEP (2003-2008), mantenedor da Universidade Metodista de Piracicaba, Membro da Assembleia e do Conselho Fiscal da Associação Educativa Evangélica – AEE (2007 a 2014), professor da Universidade Federal de Goiás (1995-1996) e da Faculdade Senac (2014-2016), além de coordenador do curso de Economia da Faculdade Anhanguera (1999-2003).

Fonte: http://portal.metodista.br/noticias/2017/marco/metodista-promove-solenidade-de-posse-de-novo-reitor

sexta-feira, 24 de março de 2017

Alunos da Metodista podem se inscrever em curso de liderança da Common Purpose

Dez estudantes representarão a Universidade em evento internacional

A Universidade Metodista de São Paulo foi convidada para participar do curso de liderança Student Experiences oferecido pela organização internacional Common Purpose em parceria com a Fundação Dom Cabral. Essa é a primeira vez que o curso será realizado em São Paulo e a Metodista foi uma das oito Instituições de Ensino Superior selecionadas.
Alunos de todas as graduações e pós-graduações da Metodista podem se inscrever no curso intensivo de três dias com o tema “Como aumentar o engajamento cívico em sua cidade?”. As inscrições ficarão abertas entre os dias 21 de março e 4 de abril, por meio da ficha de inscrição que deve ser preenchida e enviada para o e-mail . Dez alunos representantes da Metodista serão escolhidos após análise da ficha de inscrição e entrevista com os organizadores da iniciativa na Universidade.
O curso será realizado entre 15 e 17 de maio em período integral. Além de desenvolver habilidades de liderança, os estudantes terão a oportunidade de fazer networking com estudantes e profissionais de outras universidades e, mais tarde, participar de uma rede internacional de ex-participantes do Student Experiences.
Student Experiences
O “Student Experiences” foi realizado pela primeira vez no Brasil em 2014, fruto de uma parceria entre a Fundação Dom Cabral e a organização internacional inglesa Common Purpose. O programa é desenhado para estudantes universitários e pós-graduandos e tem como objetivo inspirar futuros líderes a desenvolverem uma inteligência cultural, para que sejam capazes de lidar com os desafios contemporâneos que emergem além das fronteiras geográficas e de conhecimento.
A metodologia do “Student Experiences” tem nas cidades o seu principal objeto de aprendizagem e, por esse motivo, os três dias de programa contemplam, além de atividades em sala de aula, painéis com lideranças e visitas as instituições locais para o debate de temáticas sobre inovação, empreendedorismo social, como as cidades trabalham, comunidades prosperam e os líderes atuam.
Quando?
15 a 17 de maio 2017, das 8h30 às 17h30
Onde?
Campus da FDC em São Paulo e Google Campus
Quanto?
Gratuito, exclusivo para convidados
O que acontece no curso?
Visitas a organizações dos setores: público, privado e sem-fins-lucrativos;
  • Discussão com líderes de diferentes áreas profissionais para entender e aprender a lidar com os problemas que esses líderes enfrentam;
  • Metodologia que proporciona às futuras gerações uma rara oportunidade de ampliar seus conhecimentos, suas conexões e habilidades de comunicação, e também planejar seu futuro como líderes na sociedade. 

Durante os três dias do curso o estudante vai direcionar sua própria aprendizagem, falando com líderes e visitando organizações como:

  • Fundação Dom Cabral 
  • EY Brasil 
  • Google 
  • Santander 
  • CEAGESP 
  • São Paulo Metrô 
  • Instituto Ayrton Senna

Quais são os benefícios?

  • Desenvolver habilidades como líder;
  • Expandir redes de contato com futuros líderes dentro e fora do país;
  • Aprender como desenvolver soluções inovadoras para problemas complexos;
  • Desenvolver a liderança e “Inteligência Cultural”, que é a capacidade de romper barreiras e se relacionar com pessoas de diferentes culturas;
  • Testar suas habilidades de liderança com os desafios da vida real.
 
Temática 2017 -“Como aumentar o engajamento cívico em sua cidade?”

Com mais pessoas do que nunca residindo nas cidades as nossas áreas urbanas estão sob pressão quando se trata de questões como meio ambiente, segurança alimentar, coesão comunitária, habitação e segurança. Até 2050 mais de 75% da população mundial estará residindo nas cidades e os governos não terão força suficiente para resolver os problemas que emergem.
O engajamento cívico é mais do que apenas a política, abrange tudo, desde a tecnologia à habitação, dos esportes às artes. Em última análise, significa que as pessoas assumem a responsabilidade pelas suas comunidades e trabalham para melhorá-las, seja pelo voluntariado, campanhas, grupos de vizinhança, organizações comunitárias, participação em reuniões públicas, votação ou melhorias físicas nos espaços públicos.
Com as nossas cidades enfrentando desafios cada vez mais complexos e reduzindo os orçamentos municipais, precisamos de novas ideias sobre como aumentar o envolvimento cívico, trazendo novas e diferentes vozes e perspectivas para enfrentar esses desafios.
Por meio de uma combinação de aprendizagem e experiências, os alunos irão investigar o desafio no contexto de sua cidade e desenvolver soluções práticas e possíveis, buscando engajamento cívico em sua cidade.
Sobre o Student Experiences
A Common Purpose tem realizado cursos de liderança para estudantes em várias universidades desde 2004, entre elas: Harvard University, University of Oxford, University College London, University of Chicago, National University of Singapore, University of Hong Kong, entre outras. Mais de 2.000 estudantes participaram do curso no último ano.
Sobre a Common Purpose
A Common Purpose oferece cursos de desenvolvimento em liderança que possibilita que pessoas de diferentes origens, setores e regiões trabalhem em conjunto para resolver problemas comuns. Durante o curso os participantes desenvolverão suas habilidades de liderança e terão oportunidades de conexão com outros líderes para aprender sobre os sucessos e desafios que eles enfrentam. A Common Purpose proporciona uma experiência única em que os participantes se tornam melhores líderes, tanto no trabalho como na sociedade.
Fundada em 1989 como uma organização social sem fins lucrativos, a Common Purpose realiza cursos locais e cursos globais em 70 cidades de todo o mundo.
Este ano 4.000 líderes se tornarão graduados nos cursos da Common Purpose e a Common Purpose tem mais de 60.000 alunos.