Colaboradores

sexta-feira, 22 de março de 2013

NUTRIÇÃO E APARELHO DIGESTÓRIO


PROGRAMAÇÃO:

08:00–Entrega do Material
08:15–Abertura Nutr.Alessandra Coelho
08:30–Fisiologia e Doenças do Aparelho Digestório
Dr Gustavo Patury–Cirurgião do Ap. Digestório e titular da SOBRACIL
09:30–Nutrição no Paciente Gastrectomizado
10:30–CoffeeBreak
11:30–AlergiaeIntolerânciaaLactose–comodirecionarotratamento:MedicamentosoNutricional
Nutr.GiseleSouzaLima–Nutr.daNaturalQualitySuplementosNutricionaisePersonaldiet.
13:00-Brunch
14:30–Comoosalimentoscontribuemparaasaúdedointestino?
Nutr. Iara Waitzberg Lewinski -Nutr. do Ganep, Esp. em Fisiologia do Exercício (Unifesp) e em Nutrição da Criança e do Adolescente pelo Inst. da Criança –HCFMUSP
15:30–ColiteseSíndromedoIntestinoIrritável–comotratar?
Nutr.AndreaEsquivel–Nutr.daClinicaCEDIGEsp.emGastroenterologia,DiretoradaGastronomiaNutritivaConsultoriaemNutrição,MarketingeGastronomia.
16:30–SuplementaçãoeCâncerdeIntestino
Nutr.ThaisSorbaradoNascimento–Nutr.doHosp.AC.Camargo,PósGraduadaemNutriçãoClinica(Univ.GamaFilho)
17:00–Encerramento+Sorteio

LOCAL
Local:UNIFAI–CentroUniversitárioAssunção
Endereço:RuaAfonsoCelso,671/711,VilaMariana–SP.Bloco2/2ºAndar
Acesse: www.alessandracoelho-profis.com.br
Email:  cursos@alessandracoelho.com.br

domingo, 17 de março de 2013

Desacoplamento de neurônios pode ser estratégia de neuroproteção

Experimento feito na UFABC mostra que é possível deter o espalhamento da morte celular a partir da reversão do acoplamento entre as células nervosas, que normalmente é responsável pelas sinapses elétricas


Agência FAPESP – Além das conhecidas sinapses químicas – que permitem a interação entre as células nervosas, envolvendo neurotransmissores e receptores –, os neurônios também se comunicam com sinapses elétricas. Nesse tipo de sinapse, correntes de íons passam diretamente de uma célula a outra por meio de canais conhecidos como “junções comunicantes”, produzindo um acoplamento entre os neurônios.
Uma pesquisa realizada por pesquisadores brasileiros mostrou que desacoplar os neurônios pode ser uma estratégia simples e eficaz para a neuroproteção – isto é, interromper processos de morte celular relacionados a doenças neurodegenerativas como Parkinson, Alzheimer e epilepsia.

O estudo, publicado na revista PLoS One, foi liderado pelo professor Alexandre Kihara, coordenador da pós-graduação em Neurociência e Cognição da Universidade Federal do ABC (UFABC). O trabalho foi realizado com apoio da FAPESP por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes.
Além de Kihara, participaram da pesquisa seus orientandos de doutorado Vera Paschon e Guilherme Higa – ambos bolsistas da FAPESP –, além dos professores Luiz Roberto Britto, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), e Rodrigo Resende, do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Segundo Kihara, embora sejam historicamente menos estudadas que as sinapses químicas, sabe-se hoje que as sinapses elétricas são fundamentais em diversas funções fisiológicas e cognitivas, como desenvolvimento, aprendizado, memória e percepção. Estudos recentes têm mostrado, também, que a participação das junções comunicantes no acoplamento entre os neurônios está relacionada com o espalhamento da apoptose, ou morte celular.

“Na apoptose, que é um processo comum a todas as doenças neurodegenerativas, o neurônio altera sua programação interna para ‘se suicidar’. Ocorre que, se um neurônio em apoptose estiver acoplado com um neurônio sadio – como mostra nosso estudo –, esse acoplamento permite a passagem de determinadas moléculas que aumentam a probabilidade de o neurônio sadio entrar em apoptose também”, disse Kihara à Agência FAPESP.

Segundo Kihara, no entanto, os cientistas ainda estão investigando quais são as moléculas envolvidas no espalhamento da apoptose por meio do acoplamento entre os neurônios. Além de tradicionais segundos mensageiros – como IP3, um importante sinalizador de cálcio – , o grupo da UFABC levanta a hipótese de que os microRNAs (miRNAs) podem estar envolvidos no processo.

“Os miRNAs regulam negativamente a tradução e representam uma camada adicional de controle entre o RNAm e as proteínas. A proposta de que miRNAs possam trafegar por junções comunicantes é considerada muito ousada. No entanto, ninguém conseguiu levantar argumentos concretos contra a hipótese, enquanto nós já temos alguns indícios a favor”, disse Kihara.

Para que ocorra um trânsito de moléculas entre as células, não basta que elas estejam acopladas. É preciso também que existam gradientes – isto é, que um dos neurônios acoplados tenha uma concentração de moléculas maior que o outro. Sendo assim, os pesquisadores usaram a estratégia de gerar gradientes a partir de lesões feitas com agulhas finíssimas nas retinas de galos.

A lesão era focada o suficiente para produzir a morte celular em um ponto específico do tecido, sem afetar o entorno, gerando um gradiente. Esse acoplamento foi manipulado farmacologicamente com diversas drogas. Quando os fármacos desacoplavam os neurônios, os pesquisadores observaram uma redução do espalhamento da morte celular.

“A estratégia foi produzir uma lesão aguda e localizada, com o intuito de gerar gradientes de concentração no tecido, para em seguida desacoplar bioquimicamente os neurônios. Para isso, uma dupla abordagem foi realizada, combinando lesões de retina in vivo e explantes de retina, modelo in vitro, mais adequado que as tradicionais culturas de células”, explicou Kihara.

Aplicação potencial

A estratégia de neuroproteção utilizando diferentes moléculas que desacoplam neurônios foi também capaz de regular negativamente genes pró-apoptóticos como as caspases. “A estratégia se mostrou tão eficiente que foi reproduzida in vivo, resultando em diminuição da área afetada e da morte neuronal”, disse Kihara.

“Mostramos também que os neurônios que estão em apoptose mantêm a expressão de conexinas – que são proteínas responsáveis por formar os canais de junções comunicantes, permitindo a ocorrência do acoplamento. Isso é importante, porque assim pudemos eliminar a hipótese de que um neurônio em processo de apoptose pudesse deixar de expressar as proteínas que formam o canal de acoplamento”, disse.

Segundo Kihara, a partir de agora os estudos irão investigar a hipótese de que os miRNAs transitem pelos canais de junções comunicantes e participam do processo de espalhamento da apoptose entre células acopladas.

A equipe que trabalhará com essa hipótese terá a participação de Erica de Sousa, aluna de graduação da UFABC e autora de um capítulo sobre miRNAs no livro Sinalização de Cálcio: Bioquímica e Fisiologia Celulares, que será lançado no início de outubro, no 1º Simpósio Brasileiro de Sinalização de Cálcio: Bioquímica e Fisiologia Celulares, na UFMG.

De acordo com Kihara, os estudos continuarão também a explorar as possibilidades de utilizar o desacoplamento de neurônios como estratégia de neuroproteção, com potencial aplicação no tratamento de doenças neurodegenerativas.

“Continuaremos investigando como e quando fazer isso de forma mais eficiente dependendo da doença. Mas acreditamos que uma nova porta foi aberta para estudos em neurodegeneração”, disse.

O artigo Blocking of Connexin-Mediated Communication Promotes Neuroprotection during Acute Degeneration Induced by Mechanical Trauma, de Vera Paschon e outros, pode ser lido na PLoS One em www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0045449
Fonte: Revista Fapesp por Fábio de Castro

E com muito orgulho compartilhamos com todos,  que apesar de não terem participado diretamente deste estudo a Biomedicina Metodista se faz presente neste importante grupo de pesquisa da UFABC liderado pelo Dr. Alexandre Kihara. 

Nossas representandes são: Dra. Érika Reime Kinjo que faz seu pós-doutorado e a aluna de Iniciação Científica Bianca A. Santos, que em breve estará no mestrado! Parabéns!!!!!!

ORGULHO DE SER BIOMEDICINA METODISTA!


Hospital de São Paulo realiza transplante de rim incompatível




 
Médicos do Hospital Samaritano, em São Paulo, realizaram um transplante de rim entre mãe e filha cujos tipos sanguíneos eram incompatíveis para a cirurgia. 

A estudante Flávia Grillo, 29, de Volta Redonda (RJ), recebeu um rim da mãe, Nícia Maria Campos Grillo, 63, no fim de outubro de 2012. A operação só foi divulgada agora. 

Segundo a nefrologista Maria Cristina Ribeiro de Castro, do Centro de Transplante Renal do Hospital Samaritano, esse é o primeiro transplante do tipo realizado no Brasil. 

A médica explica que, para achar um doador de rim, é preciso verificar a compatibilidade dos tipos sanguíneos e do sistema HLA, espécie de identidade das nossas células. O HLA é hereditário, então sempre há uma compatibilidade de 50% com os pais, o que já é suficiente para um transplante de rim. 

"O problema é que parentes podem ser compatíveis por HLA mas ter tipos sanguíneos diferentes", diz Castro.

Flávia Grillo tinha sangue tipo O e sua mãe, tipo A. Pelo sistema ABO, uma pessoa com sangue O só poderia receber transplante de outra com o mesmo tipo sanguíneo. 

"Tradicionalmente não se faz esse transplante e a pessoa acaba tendo de ir para a fila esperar um doador falecido", diz a médica. 

Estima-se em 30% a parcela de doadores que são rejeitados por incompatibilidade sanguínea.
Para contornar esse problema e realizar a operação em Flávia, que fazia hemodiálise havia cinco anos, desde sofrer uma falência renal causada por lúpus, uma doença autoimune, foi usado um procedimento especial. 

A paciente foi internada 15 dias antes da operação e submetida a sessões de plasmaférese, um procedimento que "limpa" o plasma sanguíneo, retirando os anticorpos anti-A de circulação. Foram nove sessões antes da cirurgia e três depois. 

"Passava mal, sentia frio, o braço inchou, mas dava para aguentar. Não pensei em desistir, nem passou pela minha cabeça", diz Flávia. 

Sem isso, afirma a médica responsável pelo transplante, o rim incompatível seria perdido em uma semana. 

"Quando os anticorpos estavam em um nível seguro, fizemos o transplante e os mantivemos num nível baixo até agora. Isso permite que ela tenha um órgão funcionando e a tirou da lista de transplantes", afirma Castro. 

A estudante continua tomando remédios imunossupressores como qualquer paciente após transplante. Ela recebeu alta 20 dias depois da cirurgia. "Já voltei a fazer as aulas de inglês e vou começar a faculdade de turismo no Rio", conta Flávia.

A operação foi feita por meio de uma parceria entre o hospital e o Ministério da Saúde. Segundo a nefrologista, outros 29 procedimentos serão realizados nos próximos dois anos para avaliar a eficácia da técnica. 

"Imaginamos que, se isso se consolidar, vamos aumentar a chance de doação entre familiares e reduzir a fila." 

Para o presidente da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), José Medina Pestana, esse tipo de procedimento é trabalhoso e caro e não deve se tornar rotina. Por causa da filtragem dos anticorpos, o paciente tem maior risco de infecções. 

"O melhor para aumentar o número de transplantes de rim é melhorar a captação de órgãos no país", diz Medina.




FONTE: Folha on line por Débora Mismetti
EDITORA: INTERINA DE "CIÊNCIA+SAÚDE"